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PF vai investigar filho de Erenice por tráfico de influência; ministra é poupada

Segundo ministro da Justiça, a investigação será focada na atuação de Israel, de advogados e de empresas envolvidas no caso

Por Carol Pires/BRASÍLIA
Atualização:

O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, determinou nesta terça-feira, 14, que a Polícia Federal abra inquérito para investigar denúncias de que Israel Guerra, filho da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, teria feito lobby, em troca de propina, para beneficiar empresas privadas. A ministra, porém, não é alvo do inquérito. Por ter foro privilegiado, Erenice Guerra só pode ser investigada com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

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Segundo Barreto, a investigação será focada na atuação de Israel, de advogados e de empresas envolvidas no caso.

 

"O fato narra a atuação de pessoas, não narra diretamente a atuação da ministra em nenhum fato envolvendo esses aspectos. Há também uma necessidade, em caso de ministro de Estado, de autorização prévia do STF. Não competiria ao ministério da Justiça", afirmou Barreto, para explicar: "Ao ministério da Justiça compete avaliar esses fatos narrados com relação a advogados, à participação de empresas na liberação de licenças".

 

Uma vez que a ministra Erenice Guerra seria a única pessoa envolvida no caso capaz de exercer influência dentro do governo, Barreto foi questionado por um repórter, durante coletiva de imprensa, como poderia haver apuração sobre tráfico de influência sem a ministra figurar entre os investigados. O ministro respondeu: "Essa é a última etapa do processo. Em um primeiro momento você apura o que aconteceu, se houve uma empresa, se houve um escritório de advocacia, se eles atuaram para a atuação de algum tipo de licença. Eles [Polícia Federal] podem avaliar que houve uma situação normal".

 

Barreto fez o anúncio após Erenice Guerra divulgar nota informando ter pedido investigação do caso à Controladoria-Geral da União e ao ministério da Justiça. Na nota, Erenice afirma ser alvo de uma campanha difamatória "em favor de um candidato aético e já derrotado".

 

"Chamo a atenção do Brasil para a impressionante e indisfarçável campanha de difamação que se inicia contra minha pessoa, minha vida e minha família, sem nada poupar, apenas em favor de um candidato aético e já derrotado, em tentativa desesperada da criação de um "fato novo" que anime aqueles a quem o povo brasileiro tem rejeitado", afirma Erenice, em nota.

 

Luiz Paulo Barreto contou ter conversado com Erenice Guerra nesta terça-feira, e avaliou que estava "tranquila". "Até agora nada aponta para esse ponto [envolvimento da ministra do tráfico de influência]. A Polícia Federal vai apurar todos esses fatos narrados nesses últimos dias e durante a apuração a verdade vai surgir de forma mais incisiva. A ministra está tranquila, demonstrou interesse na apuração, na verdade desses fatos", disse o ministro.

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Barreto não informou qual prazo que a Polícia Federal tem para investigar o caso. "Neste momento inicial, é muito difícil prever esse prazo", disse o ministro, para concluir que as investigações chegarão a uma conclusão "o mais rápido possível".

 

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