PF usa chaveiro para entrar na casa de Delcídio

Senador petista foi preso nesta quarta sob acusação de atrapalhar o andamento das investigações da Operação Lava Jato

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Por José Maria Tomazela
Atualização:
Brazil's Senator Delcidio Amaral reacts during a ceremony to reappoint Brazil's Prosecutor-General Rodrigo Janot (not pictured) to the position of Prosecutor-General of the Republic at the Planalto Palace in Brasilia, Brazil, in this September 17, 2015 file photo. Brazilian federal police arrested ruling party Senator Delcidio Amaral in Brasilia early on September 25, 2015 on suspicion of attempting to obstruct justice in a broad corruption investigation focused on state-run oil firm Petrobras, TV Globo said. Federal police confirmed they had authorization from the Supreme Court to arrest Amaral, after prosecutors presented evidence that he had interfered with the investigation. Picture taken on September 17, 2015. REUTERS |Ueslei Marcelino|Files Foto:  

CAMPO GRANDE - Policiais federais pediram ajuda de um chaveiro para realizar buscas na casa do senador Delcídio Amaral (PT-MS), no condomínio Bela Vista, na manhã desta quarta-feira (25), no bairro Itanhangá Park, em Campo Grande (MS). De acordo com o porteiro do condomínio, Edilson Pregentino dos Santos, quando os agentes chegaram ao local, um condomínio fechado de alto padrão, por volta das 6 horas, não havia ninguém no interior do imóvel. Santos foi convocado para ser testemunha das buscas, autorizadas pela Justiça Federal.

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Segundo ele, um delegado e três agentes, acompanhados por um promotor federal, ficaram cerca de quatro horas no imóvel e revistaram toda a casa. Alguns cofres foram abertos e em um deles havia joias que, segundo o porteiro, seriam da esposa do senador. O material foi colocado em malotes e levado para a viatura da PM. Motoristas que passavam pela rua Rodolfo José Pinho eram atraídos pela movimentação de jornalistas e paravam os carros. Alguns buzinavam e gritavam “cadeia neles”, ou “a casa caiu” e “demorou”. 

Ainda segundo o porteiro, um advogado da família chegou durante as buscas e conversou com o delegado. Santos também foi interrogado informalmente pelo policial. “Eles queriam saber se vinha gente de Brasília, mas eu nunca vi. Ele recebia os políticos da cidade e o pessoal do partido, como o Zeca do PT (ex-governador de MS, atualmente deputado federal).”

De acordo com o porteiro, a movimentação foi maior durante a campanha eleitoral do ano passado, em que Delcídio concorreu a governador do Estado e acabou derrotado pelo atual governador, Reinaldo Azambuja (PSDB). A PF deu buscas também no escritório de Delcídio, na avenida Afonso Pena, região central da cidade. O material foi levado à Superintendência de Campo Grande. A PF não deu informações sobre o conteúdo das apreensões.

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