PF tem relação de beneficiados da Sudam

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Por Agencia Estado
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O superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, Cláudio Luiz da Rosa, confirmou nesta quarta-feira a existência de uma relação de pessoas ligadas ao empresário José Osmar Borges que seriam beneficiadas com o repasse de dinheiro da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Borges é ex-sócio de Márcia Cristina Zaluth Centeno, mulher do presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA). Os nomes, porém, não foram divulgados. As listas, armazenadas em arquivo de um dos computadores apreendidos pela PF em empresa de Borges, apontam a existência de caixa 2 no desvio de R$ 133 milhões da autarquia. "As investigações estão se desenvolvendo normalmente. No decorrer do inquérito, outras pessoas poderão ser presas", disse o delegado. Segundo ele, o contador do empresário, Florisvaldo Cúrio, pode ser preso a qualquer momento. Segundo fontes na PF, o arquivo contém nomes de empresários, políticos e outras pessoas do Estado, com o número de conta corrente e os valores depositados. No ano passado, também foi aprendida uma agenda com nomes e os telefones de pessoas citadas na relação. O delegado disse que a polícia investiga a origem e o motivo dos pagamentos efetuados por Borges a pessoas beneficiadas com o dinheiro da Sudam. A polícia está investigando o relacionamento entre Borges e o empresário Alberto Coury Júnior. A PF descobriu a troca de vários cheques entre os dois e não está descartada a possibilidade de eles serem sócios num escritório em Brasília. Coury teve um projeto aprovado pela Sudam, cujos valores de prestação de contas foram fraudados. Ele é dono da Agropecuária Essência, em Nobres (MT). Desvio Preso na terça-feira à noite, no interior de Mato Grosso, Borges é acusado de desviar R$ 133 milhões da Sudam. O empresário revelou à polícia ter um patrimônio avaliado R$ 200 milhões. Ele afirma que é inocente e os empreendimentos financiamentos pela autarquia foram devidamente aplicados. Ele prestou depoimento hoje ao procurador José Pedro Taxi e a três delegados da PF. Borges declarou ter recebido R$ 83 milhões da Sudam desde 1991 e teria mais R$ 100 milhões a obter. "Vou provar que sou inocente, estou sendo perseguido injustamente", disse ele, ao chegar na Superintendência da PF em Cuiabá. Borges confirmou ter sido sócio de Márcia, mas assegurou que Jader não tem envolvimento no escândalo. O empresário deverá ser indiciado por crime de colarinho branco, segundo o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, Claudio Luiz da Rosa. A PF já periciou cerca de 70% das prestações de contas dos projetos apresentados à Sudam pelo empresário. Segundo o delegado Disney Rosseti, já foram constatados desvios de R$ 70 milhões. O inquérito sobre as irregularidades deve ser concluído em 90 dias.

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