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PF procura mais corpos no garimpo indígena Roosevelt

Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Federal acredita que existam mais mortos dentro do garimpo de diamantes da reserva indígena Roosevelt, em Cacoal (RO), além dos sete encontrados neste sábado. ?Pelos rumores, estamos esperando encontrar mais corpos nas próximas horas?, afirmou o delegado Márcio Valério de Souza, que comanda a ação da PF na região dos índios cinta-larga. Os sete cadáveres localizados ontem estavam com vários tiros e todos juntos. A situação na reserva Roosevelt é tensa há pelo menos um ano, quando garimpeiros descobriram uma das maiores reservas de diamantes dentro da área indígena. Desde então, algumas lideranças indígenas começaram a trabalhar em conjunto na exploração, causando prejuízos ao meio ambiente e a cultura local. Com os sete corpos encontrados no sábado, pelo levantamento oficial, são 12 os mortos somente este ano, mas, extra-oficialmente, o número de assassinatos pode chegar a 40. ?Por enquanto, a situação está sob controle, mas aqui tudo é imprevisível?, afirmou Valério, que ainda aguarda um helicóptero da PF para poder se deslocar ao local onde os corpos foram localizados. Nesta mesma região, segundo o delegado, é provável que existam mais corpos. ?Temos informações que haverá mais cadáveres, mas estamos com agentes no local, que é de difícil acesso, averiguando isso.? Os sete corpos foram encontrados na localidade conhecida como ?Baixão?, que fica a 30 quilômetros de uma aldeia dos índios cinta-larga. Na região atuam cerca de 800 garimpeiros que já deixaram o local, mas acabam voltando por não haver fiscalização. A polícia acredita que os cadáveres são de garimpeiros, mas não sabe precisar se os mesmos foram atacados pelos índios ou se as mortes foram ocasionados por brigas entre eles. Segundo agentes federais que estão no local, cada corpo tem pelo menos menos cinco e, provavelmente, todos foram executados juntos. Além disso, apresentavam marcas de torturas e espancamentos, o que reforça a suspeita de vingança. ?Havia flechas no local, mas isso não quer dizer que índios atacaram, já que as perfurações nos corpos são de balas?, observa o delegado Valério. Dinheiro Pelas estimativas da polícia, do garimpo ilegal do Roosevelt já saíram pelo menos US$ 50 milhões em diamantes, principalmente para a Bélgica. Na área, de 200 mil hectares e que se estende do sul de Rondônia ao norte de Mato Grosso, vivem índios suruí e cinta-larga, que também explora a retirada ilegal de madeira nobre, como o mogno. Este também é um dos motivos da onda de assassinatos na região. Desde a descoberta do diamante, pelo menos duas mil pessoas circulam diariamente entre as cidades de Cacoal, espigão D?Oeste, Pimenta Bueno, Jí-Paraná e Vilhena, em Rondônia, além de Juína e Aripuanã, em Mato Grosso, o que gera mais tensão na área.

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