PF prende outros sete acusados de fraudar Sudam

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Por Agencia Estado
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A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira em Belém, cumprindo decisão da Justiça Federal do Tocantins, sete pessoas acusadas de promover fraudes, receber propinas e forjar documentos de incentivos fiscais da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Estão numa cela da PF em Belém os técnicos executivos da área de incentivos fiscais da Sudam, Ângelo Almeida, Carlos Figueiredo, João Nepomuceno, Ronaldo Pamplona e Paulo Nery. Eles atuavam no setor de fiscalização de projetos. Outras onze pessoas, entre empresários e servidores da Sudam devem ser presas nas próximas horas, perfazendo um total de 18 acusados com preventiva decretada. Eles tiveram suas conversas gravadas pela PF desde meados do ano passado até março deste ano. Os agentes da PF de Brasília, Tocantins e Belém, munidos de mandado de busca e apreensão, começaram logo pela manhã estourando os escritórios do empresário Geraldo Pinto da Silva, dono da GPS & Companhia Ltda e da ex-funcionária da Sudam Maria Auxiliadora Barra Martins, proprietária da AME Consultoria. Esses escritórios são especializados na venda de projetos para clientes da Sudam. Juntos, Geraldo e Auxiliadora já teriam movimentado do órgão R$ 1,3 bilhão, intermediando cerca de 110 projetos beneficiados por incentivos fiscais. Ambos estão sendo investigados pelo Ministério Público Federal e também tiveram suas conversas grampeadas pela PF. O superintendente da PF no Pará, Geraldo Araújo, apresentou ontem à tarde cópias de cheques que teriam sido pagos, a título de propina, por empresários aos cinco servidores. Os sete presos devem ser transferidos a qualquer momento para Palmas (TO), onde responderão a processo. Os valores variam de R$ 20 mil a R$ 50 mil. O dinheiro era liberado para que as áreas sob suspeita de irregularidades não fossem vistoriadas. "Trata-se de uma prisão arbitrária. Esses funcionários têm residência fixa e não possuem antecedentes criminais. Essa prisão preventiva é absurda", afirmou o advogado Ângelo de Albuquerque. Ele prometia dar entrada ainda na tarde de hoje de um pedido de habeas-corpus na Justiça Federal. Um avião com policiais federais deslocou-se na manhã de ontem para Altamira, no sudoeste do Pará, onde deverão ser presos dez empresários acusados de desviar recursos liberados para a implantação de projetos.

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