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PF prende 15 por suposta compra de votos em Goiás

Por RUBENS SANTOS
Atualização:

A Policia Federal (PF) em Goiás prendeu 15 suspeitos, ontem à noite, acusados de participar de um esquema para compra de votos. O grupo estava num salão do Hotel Príncipe, no centro de Anápolis (GO), quando foi flagrado incentivando eleitores a votar em Iris Rezende (PMDB), candidato ao governo do Estado. Em troca, cada eleitor recebeu R$ 50 a título de "ajuda de custo" ou "brinde", o que caracterizou o crime eleitoral. De acordo com o delegado Angelino Alves de Oliveira, o esquema atraía eleitores para uma reunião no hotel, onde assistiam filmetes com a propaganda eleitoral dos candidatos Marconi Perillo (PSDB) e Rezende, que disputam o segundo turno. Depois do filme, os suspeitos criticavam o candidato tucano, mas elogiavam o peemedebista. "Os presos alegaram participar de uma suposta pesquisa qualitativa de votos", afirmou o delegado. "No momento da detenção, eles recebiam dinheiro num envelope para votar num dos dois candidatos." O artigo 299 do Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65) prevê prisão por até quatro anos. Oliveira, porém, diz ainda não ter nenhuma comprovação efetiva de envolvimento do PMDB ou do PSDB no caso. Nove pessoas recebiam o dinheiro e outras seis conduziam a "entrevista". Todas foram presas em flagrante. Levados para a sede da PF e indiciados por crime eleitoral, seis homens foram recolhidos à Cadeia Pública de Anápolis e nove mulheres foram transferidas, no final do dia, para o Centro Penitenciário de Atividades Industriais do Estado de Goiás (Cepaigo) em Aparecida de Goiânia. Com eles, foram apreendidos R$ 1.292 em dinheiro e um notebook. ExplicaçãoO Instituto Verus, Assessoria e Pesquisa é liderado por Luis Felipe Gabriel. Durante depoimento, ele disse que "a pesquisa qualitativa de intenção de votos é legal e foi baseada na lei eleitoral". Porém, não respondeu quando questionado para quem trabalhava. Luiz Felipe Gabriel nega ligação ou envolvimento de partidos ou políticos no caso. O presidente do PMDB no Estado, Adib Elias, confirmou que o instituto foi contratado pelo partido para realizar a sondagem qualitativa em Anápolis (GO). "Eles foram contratados para fazer a pesquisa e toda pesquisa qualitativa é paga", disse. "O PSDB está perdendo e quer ganhar a eleição no grito." Íris Rezende também confirmou saber da existência das pesquisas em andamento em Anápolis.

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