PUBLICIDADE

PF pede prorrogação do inquérito sobre suposto dossiê

Por Vannildo Mendes
Atualização:

Após um mês de investigações sem chegar a uma conclusão, a Polícia Federal (PF) decidiu pedir à Justiça a prorrogação do inquérito que apura responsabilidades pela montagem do suposto dossiê sobre os gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, atribuído a servidores da Casa Civil. O pedido não especifica o prazo, mas, como é de praxe, a prorrogação deverá ser por mais 30 dias. Aberto no dia 7 de abril, o inquérito destina-se a investigar a responsabilidade pelo vazamento do dossiê e se houve dolo na sua elaboração. Indicado para assumir o cargo de Diretor Executivo da Superintendência da PF em São Paulo, o delegado Sérgio Menezes, encarregado do caso, determinou o sigilo por conta própria. A oposição acusa o governo Lula de usar o dossiê como chantagem política para impedir as investigações sobre gastos irregulares com cartões corporativos, tema sobre o qual a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, deve ser questionada na quarta-feira durante seu pronunciamento na Comissão de Infra-Estrutura do Senado. Ela vai falar sobre as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas o DEM e o PSDB já anunciaram que vão cobrar explicações sobre o dossiê. Indiferente à pressões dos meios políticos para agilizar os trabalhos, o delegado sequer definiu até agora se foi ilegal a elaboração do dossiê, como alegam os partidos de oposição, ou se não foi crime, como sustenta o ministro chefe do Gabinete da Segurança Institucional (GSI), general Jorge Félix. Para dirimir essa questão, ele considera essencial a perícia que a PF realiza em 13 computadores usados na digitalização dos gastos da Presidência nos governos atual e anterior. Menezes alega que o laudo não está pronto e que, só com ele em mãos, poderá intimar para depor os servidores da Casa Civil responsáveis pela digitalização dos dados, em planilhas de Excel, relativos aos gastos do ex-presidente Fernando Henrique e sua mulher, Ruth Cardoso.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.