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PF investiga envolvimento de políticos em fraudes na BA

Fraudes em licitações provocaram prejuízos de R$ 630 milhões aos cofres públicos do Estado em dez anos

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Por Felipe Recondo
Atualização:

Depois da prisão de 17 pessoas na Operação Jaleco Branco na última quinta-feira, na Bahia, a Polícia Federal tenta identificar se políticos do Estado se beneficiaram do esquema de fraudes em licitações que provocou um prejuízo de R$ 630 milhões aos cofres públicos nos últimos dez anos.   De acordo com as investigações, que começaram em 2004, o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Antonio Honorato de Castro Neto, intermediava a liberação de recursos para empresas privadas nas secretarias do Estado em troca do apoio de empresários às campanhas políticas. Escutas feitas pela PF indicam que um dos beneficiados foi o filho do presidente do TCE, Adolfo Viana de Castro Neto, que não se elegeu.   Os investigadores da polícia procuram ainda indícios da atuação dos presos em outros esquemas ou fraudes até o momento não identificadas.   Documentos apreendidos pela PF na Bahia indicam que a maior prejudicada pelas fraudes foi a prefeitura de Salvador. Foram R$ 294 milhões desviados das contas da cidade desde o início do esquema. A Secretaria de Saúde do estado teria perdido R$ 53 milhões. Outros órgãos e secretarias estaduais teriam perdido, conforme dados da PF, R$ 210 milhões. No plano federal, a organização desviou recursos da Universidade Federal da Bahia (UFBA) - R$ 71 milhões.   O total desviado - R$ 630 milhões - seria suficiente, pelos cálculos da PF, para construir 63 mil casas populares, que beneficiariam 300 mil pessoas. Na Bahia, apenas duas cidades têm mais de 300 mil pessoas: Salvador e Feira de Santana.   Depoimentos   Desde sexta-feira, a PF ouve os depoimentos dos envolvidos. Até este sábado, foram interrogados seis das 17 pessoas presas na Bahia e transferidas para Brasília. A expectativa dos delegados é concluir os depoimentos no início desta semana. Até lá, todos devem continuar presos preventivamente.   Entre os presos, além do presidente do TCE, estão o ex-presidente do Esporte Clube Bahia Marcelo Guimarães, a procuradora-geral da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Ana Guiomar Nascimento, empresários e servidores do Estado.   Com eles, a PF apreendeu na operação 18 carros de luxo no valor estimado de R$ 2 milhões, além de obras de arte, jóias e embarcações.

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