PUBLICIDADE

PF investiga empréstimo consignado na Casa

Procurador já sugeriu quebra de sigilo bancário de ex-diretor de RH

Por Ana Paula Scinocca e BRASÍLIA
Atualização:

A Polícia Federal abriu investigação para apurar os empréstimos consignados autorizados pelo ex-diretor de Recursos Humanos do Senado João Carlos Zoghbi. O inquérito será presidido pelo delegado Gustavo Buque. O ingresso da PF no caso atende pedido do procurador do Ministério Público Gustavo Pessanha Velloso, que já sugeriu quebra de sigilo bancário do ex-diretor de RH do Senado. Zoghbi é acusado de ter articulado a montagem de empresas em nome de sua ex-babá Maria Isabel Gomes, de 83 anos, que prestaram serviços de consultoria a bancos interessados em negociar com o Senado contratos de empréstimos de crédito consignado. Uma dessas empresas recebeu R$ 2,3 milhões do Banco Cruzeiro do Sul. Ontem, Zoghbi e a esposa, Denise, também funcionária aposentada da Casa, foram ouvidos por mais de três horas pela comissão de sindicância instalada no Senado. Eles se recusaram a falar com jornalistas. Foi a segunda vez, desde que o escândalo veio à tona, que o Zoghbi depôs no Senado. No último dia 6, ele foi ouvido pela Polícia Legislativa do Senado, que, paralelamente à sindicância, abriu inquérito para apurar as supostas fraudes. Na ocasião, Zoghbi negou as acusações que fizera à revista Época, de que o ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia comandaria um esquema de desvios de verbas da instituição. No depoimento de ontem, o casal Zoghbi falou a três funcionários do Senado designados para integrar a comissão de sindicância, que é presidida pelo advogado José Expedito de Andrade Fontes. Segundo informações do Senado, se a comissão de sindicância confirmar irregularidades envolvendo o casal, será aberto processo administrativo. Submetidos à Lei 8.112, os dois podem ser advertidos, suspensos ou até demitidos. A comissão tem prazo de 30 dias, renovável por mais um mês, para finalizar seu trabalho. Além de investigar o suposto esquema de fraudes, o Senado instalou sindicância para apurar a acusação de que o ex-diretor teria utilizado apartamento funcional para acomodar parte da sua família - mesmo morando em uma casa localizada num bairro nobre de Brasília. Um pedido de acareação entre Zoghbi e Agaciel também foi solicitado junto à Mesa Diretora da Casa pelo PSDB. A decisão do colegiado deverá ser tomada na semana que vem.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.