
11 de outubro de 2010 | 20h41
O dono da empresa, Abrahim Calil Nadaf Neto, foi preso pela Polícia Federal por porte ilegal de arma e está sendo ouvido nesta segunda-feira na sede do órgão. Nadaf é funcionário público municipal cedido desde 2007 para o cargo de consultor técnico legislativo da Casa Civil do governo do Amazonas.
O MPF, por meio da procuradoria eleitoral, acolheu na sexta-feira a denúncia feita pelo senador não reeleito Arthur Virgílio (PSDB) sobre um suposto esquema de compra de votos e abuso do poder econômico durante a campanha de Braga e Vanessa. Segundo a denúncia, o esquema teria funcionado "maquiado" de pagamentos a cerca de 100 mil cabos eleitorais no interior, no valor de R$ 600 ou R$ 1,2 mil cada.
A assessoria da coligação "Avança Amazonas" emitiu nota afirmando que "apoia toda e qualquer determinação ou ação da Justiça Eleitoral, Polícia Federal e Ministério Público Federal que visem a esclarecer de uma vez por todas as insinuações levantadas por grupos políticos derrotados nas últimas eleições".
Depoimentos
Acompanhadas pelo advogado do PSDB, Yuri Dantas, seis moradores de Parintins, a 325 quilômetros de Manaus, prestaram depoimento ao MPF na sexta-feira. A assessoria de Virgílio enviou cópias dos depoimentos à reportagem. Nenhum dos depoentes cita nominalmente quem os teria cooptado para a suposta compra de votos.
Quatro deles são do mesmo teor, afirmando que receberam R$ 600 da coligação "Avança Amazonas" sem terem trabalhado como cabos eleitorais. Amanda da Silva Canto, Naimy Picanço Nomiyama, Evandro Ferreira Cid e Paulo Augusto Vieira Bulcão afirmam que consideraram o fato "compra de votos".
Amanda e Naimy, segundo cópias de contratos enviados pela assessoria da "Avança Amazonas", tinham contratos assinados para trabalharem como cabos eleitorais no valor de R$ 600 cada. Outro depoente que a coligação enviou cópia do contrato como cabo eleitoral foi Antonio Carlos Rodrigues. Segundo o contrato, ele iria receber R$ 600. No depoimento ao MPF, ele informou que recebeu R$ 1,2 mil "e entregou R$ 20 para 20 pessoas para votarem em Vanessa e Eron Bezerra (candidato derrotado a deputado estadual)".
Tonmir Rodrigues Saunier afirmou que havia sido convidado para "reunir amigos e conhecidos para receberem cada um R$ 30 para trabalharem 20 dias, inclusive com a determinação de votar nos candidatos do PCdoB (Vanessa e Eron)". Ele afirmou que reuniu 83 pessoas, mas não foram pagos.
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