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PF interroga gerente da Caixa suspeito de ter violado conta de caseiro

PF afirma que está muito perto dos superiores que ordenaram a violação

Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Federal já interrogou um dos dois gerentes da Caixa suspeitos de terem violado a conta do caseiro Francenildo dos Santos Costa e está muito perto de chegar aos superiores que deram a ordem, dentro e fora da instituição. "Muito em breve, talvez ainda hoje, toda a cadeia de comando será desvendada e seus autores levados à justiça para que possam ser punidos exemplarmente", disse o diretor-geral da PF, delegado Paulo Lacerda. Ele negou com veemência as insinuações de que a PF esteja fazendo corpo mole ou envolvida com algum tipo de operação abafa. Mas ressalvou que os nomes já identificados serão tratados com cuidado, primeiro porque a culpa não está estabelecida e depois porque são de escalão inferior na hierarquia e agiram sob ordens, sem necessariamente saberem da motivação criminosa. O depoimento do presidente da Caixa, Jorge Mattoso, previsto para a tarde desta segunda-feira, é visto como decisivo para esclarecimento das últimas dúvidas da PF com relação ao caso. Ele deixou de comparecer à convocação anterior, na quinta-feira passada, mas a PF insistiu em ouvi-lo porque entende que há muitos pontos nebulosos nas explicações dadas até agora pela Caixa. "Não vamos destruir a reputação de ninguém com base em insinuações e suspeitas, vamos seguir todos os passos da lei", avisou Lacerda. O delegado Rodrigo Carneiro, encarregado do inquérito, deve receber na segunda-feira as fitas do circuito interno da Caixa e o registro de entradas e saídas de pessoas no prédio sede da instituição, onde Mattoso despacha. O objetivo é detectar quem esteve no prédio no último dia 16, data em que foi acessada a conta de poupança do caseiro e retirados seus extratos a partir de um laptop usado por um dirigente do alto escalão da Caixa. Em entrevista ao Estado, Francenildo acusou o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, de freqüentar uma mansão alugada em Brasília por lobistas de Ribeirão Preto. Depois disso, o caseiro teve o sigilo bancário quebrado ilegalmente na Caixa e passou a sofrer uma devassa de órgãos fiscais do governo, vinculados em última instância a Palocci, como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Localizado em São Paulo, depois de ser retirado inexplicavelmente da sede da Caixa pelo tal dirigente, o laptop foi lacrado na presença da PF e levado para ser periciado no Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília. A perícia, que começa na segunda-feira, vai checar se as informações dadas pela Caixa batem com os dados do computador. Vai diagnosticar também se houve adulteração da máquina para apagar operações realizadas desde a retirada dos extratos do caseiro, na noite de 16 de março, até a entrega do equipamento.

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