PF insiste na quebra de sigilo de ex-banqueiro

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Por Agencia Estado
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A Polícia Federal (PF) insistirá na quebra de sigilo bancário do ex-banqueiro Serafim Rodrigues de Morais e da mulher dele, Vera Arantes Campos, apesar da resistência do Ministério Público Federal (MPF). O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, na reunião com a PF, argumentou que seria necessário apenas a devassa nas contas do empresário Vicente de Paula Pedrosa da Silva, acusado de ser o intermediário na venda de títulos da Dívida Agrária (TDAs) do presidente do Congresso, senador Jader Barbalho (PMDB-PA). Pela avaliação da PF, seria indispensável relacionar todos os depósitos feitos pelo ex-banqueiro e a mulher dele para Silva, e não apenas no período em que a transação, supostamente, ocorreu, em outubro de 1988. Brindeiro, segundo fontes da PF, assegura que o rastreamento poderia ser apenas dos cheques do banco Bamerindus, no valor de US$ 1,4 milhão, que teria sido o pagamento pelas TDAs. "Se for desta forma, nunca saberemos que houve negócios com outros bancos", afirma uma fonte da PF. A PF tem a certeza de que o parecer do MPF será pela restrição às quebras de sigilo, centralizando o rastreamento apenas nas contas bancárias de Silva, mas a decisão final será da Justiça Federal, que deverá resolver na próxima semana. O questionamento dos procuradores, apesar de ter sido interpretado pelos policiais envolvidos na apuração como uma forma de facilitar as investigações, causou constrangimento pelo fato de o caso estar diretamente relacionado a Jader. A preocupação dentro da PF é que, caso seja essencial a quebra de sigilo do presidente do Senado no futuro, dificilmente haveria parecer favorável da Procuradoria da República. Essa idéia não é descartada pelos investigadores, desde que haja indícios de que o dinheiro, supostamente, recebido por Silva seguiu para outras contas bancárias que não foram as dele. Apesar de terem sido ouvidos pelo corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), a PF aposta no depoimento de Serafim e Vera que serão tomados na quarta-feira (27), em São Paulo. Para o delegado Luiz Fernando Ayres Barbosa, que apura as denúncias de vendas de TDAs por Silva, os dois poderão acrescentar fatos novos à investigação, como nomes de outros envolvidos.

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