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PF indicia Waldomiro, Buratti e assessor de Cachoeira

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de dez meses de investigações, a Polícia Federal concluiu hoje o inquérito do caso Waldomiro Diniz, ex-assessor parlamentar da Presidência da República, demitido do cargo em fevereiro passado por improbidade administrativa. Foram indiciados Waldomiro e o empresário paulista Rogério Buratti, ambos por tráfico de influência e concussão (extorsão praticada por servidor público). O terceiro indiciado é o jornalista Etelmino Pedrosa, assessor do empresário de jogos eletrônicos Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Buratti é ligado ao PT paulista e foi secretário de governo da Prefeitura de Ribeirão em Preto em 1993, quando era prefeito o atual ministro da Fazenda, Antônio Palocci. Waldomiro e ele teriam tentado extorquir a diretoria da multinacional Gtech na assinatura da renovação de contrato com a Caixa Econômica Federal para operação da rede de loterias do País. O contrato, assinado em 1997, rende R$ 650 milhões por ano à empresa e Buratti teria tentado obter uma comissão de R$ 6 milhões para facilitar o negócio. Mino, como é conhecido o jornalista, foi acusado pelo delegado Antônio César Nunes, titular do inquérito de cometer falso testemunho por ter se recusado a colaborar com as informações. A surpresa é que as diretorias da Caixa e da Gtech ficaram de fora das denúncias, embora o delegado não esteja convencido da inocência delas. Segundo Nunes, isso não significa que as duas diretorias não tenham cometido crime. "Significa apenas que eu não consegui os elementos que confirmassem conduta delituosa, até porque a investigação começou errada e sofreu vários percalços que beneficiaram os acusados", explicou. Segundo o delegado, muitos fatos relevantes foram tornados públicos e isso permitiu que os acusados removessem provas e montassem eficiente estratégia de defesa. O inquérito foi entregue hoje à 10a Vara da Justiça Federal, que pedirá o parecer do Ministério Público Federal. Caso o Ministério Público não ofereça denúncia, os acusados estarão livres de processo e o caso Waldomiro acabará em pizza.

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