PUBLICIDADE

PF faz busca e apreensão em ONG ligada ao programa Segundo Tempo

Presidente da entidade foi um dos coordenadores da campanha para deputado estadual de Wadson Ribeiro (PCdoB), braço direito do ex-ministro do Esporte Orlando Silva

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

BELO HORIZONTE - A Polícia Federal apreendeu nesta quinta-feira, 10, documentos, discos rígidos de computadores, CDs e DVDs da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Instituto Cidade em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. Além da sede, a PF também apreendeu material na casa do presidente da entidade, José Augusto da Silva, e em uma fábrica que fornecia material esportivo para o Ministério do Esporte também ligada ao Instituto Cidade.

 

PUBLICIDADE

No ano passado, José Augusto foi um dos coordenadores da campanha para deputado estadual de Wadson Ribeiro (PCdoB), braço direito do ex-ministro do Esporte Orlando Silva, que deixou o cargo após série de denúncias de desvio de recursos em convênios, principalmente do programa Segundo Tempo. José Augusto foi intimado para prestar depoimento no inquérito ainda nesta sexta-feira, 11.

 

O material encontrado nos três endereços foi suficiente para encher 16 malotes e, segundo o chefe da PF em Juiz de Fora, delegado Cláudio Dornelas, foi apreendido com autorização da Justiça para evitar que possíveis provas de desvio "se perdessem no tempo". A instituição instaurou inquérito para apurar suspeita de desvio de recursos do Segundo Tempo por parte do Instituto Cidade, que recebeu nos últimos anos aproximadamente R$ 9,5 milhões do Ministério do Esporte.

 

De acordo com o delegado, há suspeita de uso de recibos fraudulentos, notas fiscais frias e superfaturamento de produtos comprados com a verba federal e a polícia investiga a possibilidade de os recursos terem sido desviados para abastecer campanhas eleitorais do PCdoB. "Há indícios de que recursos não foram aplicados no Segundo Tempo", disse o policial.

 

Ainda segundo Dornelas, hoje deve ser formada uma força-tarefa de peritos contábeis da PF para analisar a documentação e a polícia não descarta a possibilidade de realizar novas buscas. Com relação à suposta participação de outras pessoas no esquema, o delegado afirma que todos que forem citados nos documentos ou depoimentos serão chamados para serem ouvidos.

 

Além de agentes da PF, as buscas na fábrica também tiveram a participação de auditores do Ministério do Trabalho, já que os funcionários são contratados por meio de uma cooperativa, mas o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) da entidade não está registrado na Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg) e será investigada a legalidade dos contratos.

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.