PUBLICIDADE

PF acusa grupo por fraude em Alagoas

Por Ricardo Brandt e RICARDO RODRIGUES E LISANDRA PARAGUASSU
Atualização:

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal prenderam hoje 20 pessoas, acusadas de fraudes em licitações de obras públicas feitas com recursos federais em Alagoas, entre 2004 e 2007. As prisões fazem parte da Operação Carranca, que investigava as irregularidades desde fevereiro de 2006. O prejuízo apurado até agora é de R$ 20 milhões. Os desvios envolvem recursos dos Ministérios da Saúde, da Integração Nacional, das Cidades, da Educação, do Desenvolvimento Agrário e do Turismo. O dinheiro era repassado por meio de convênios para as prefeituras para obras de saneamento, infra-estrutura, construção de casas e combate à seca. Ao todo foram identificados problemas em 55 municípios, mas a investigação foi concentrada em 12 prefeituras. Umas delas é a de Murici, administrada pelo filho do presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Renan Calheiros Filho. Agentes da PF estiveram logo pela manhã na sede da prefeitura recolhendo documentos. Entre os presos da operação está o empresário Ronaldo Farias de Lacerda, da Lacerda Engenharia. Reportagem do Grupo Estado, no mês passado, mostrou que Lacerda criou empresas de fachada para obter contratos em prefeituras que são reduto político da família Calheiros - algumas delas receberam emendas do presidente licenciado do Senado e do deputado Olavo Calheiros (PMDB), seu irmão . Além de Lacerda, foi preso seu funcionário José Maris Assis de Lima, que atuou laranja na criação da empresa de fachada Maris Construções - usada para as fraudes em licitações. Segundo a Polícia Federal de Alagoas, nas investigações foram mapeados quatro grupos de empresas que atuavam simulando concorrências públicas entre si e fraudando as execuções dos contratos. O superintendente em exercício da PF, Joacir Avelino, afirmou que as empresas que lideravam a fraude se utilizavam de firmas coirmãs ou fantasmas montadas para participar das licitações públicas. Além de empresários e políticos, o esquema envolve até um funcionário da Caixa Econômica Federal. Entre os detidos estão o presidente da Câmara Municipal de Palmeira dos Índios, Val Basílio, o secretário municipal de Infra-Estrutura, José Antonio, o secretário de Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Marechal Deodoro, Carlos Wanderley, e o ex-prefeito e atual secretário de Governo de Traipu, Marcos Santos. Na Operação Carranca, os cerca de 200 agentes da PF cumpriram 8 mandados de prisão preventiva, 13 de prisão temporária e 51 de busca e apreensão. Oficialmente os nomes dos 20 presos e das empresas não foram divulgados, pois a investigação corre em segredo de Justiça.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.