Petrobras diz que não foi notificada sobre a Ecoglobal

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Por Fernanda Nunes
Atualização:

A Petrobras diz que não foi notificada da ação movida pela Ecoglobal e que nova licitação com as empresas qualificadas para o serviço deve acontecer no primeiro semestre de 2015. A estatal, no entanto, afirma que foram apresentadas informações contraditórias "em relação à composição societária prestadas pelo seu sócio administrador, Vladimir Magalhães da Silveira, registradas em correspondência, emails e termo de declaração". A Ecoglobal Ambiental entrou com ação na 19ª Vara Cível, no Rio, pedindo indenização à Petrobras por causa da rescisão de um contrato de R$ 433 milhões, após denúncias de ligação da empresa com o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, preso na operação Lava Jato. A ação reivindica compensações por perdas e danos e por danos morais.A alegação é que, sem o contrato com a única empresa com a qual mantinha negócios, a Ecoglobal entrou em estado de insolvência, no qual não tem condições de arcar com as suas dívidas.Segundo o advogado da empresa, Márcio Donicci, a falência será uma etapa em sequência, que ocorrerá por pedido de seus credores, à medida que os contratos com fornecedores forem sendo descumpridos. Para atender à Petrobras, a Ecoglobal encomendou equipamentos a fabricantes noruegueses, italianos e americanos, disse Donicci.Além disso, a empresa prevê gastos com ações trabalhistas de cerca de 30 funcionários demitidos, dos quais 18 apenas da área administrativa.O valor da indenização não foi determinado na ação, mas, de acordo com o advogado da Ecoglobal, é possível que alcance o valor do contrato, de R$ 433 milhões. Ele não prevê acordo entre a Ecoglobal e a Petrobrás, por considerar que essa não é uma medida normalmente tomada pela estatal.A principal argumentação da empresa, que havia sido contratada para prestar serviço de teste de poços de petróleo, é que a rescisão ocorreu sem fundamento. Após auditoria interna da Petrobras, suspeitou-se da participação acionária de Costa na Ecoglobal, o que motivou a quebra de contrato com a empresa."A Petrobras alegou que a empresa havia dado informações truncadas sobre o quadro societário, o que não é verdade. Quem tem problemas é a Petrobrás. Após as denúncias de corrupção envolvendo o Paulo Roberto, nenhum contrato de sua diretoria com as grandes empresas foi rescindido. Pagou o pato a fornecedora pequenininha", reclamou Donicci.

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