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Petrobrás deve ser punida, diz parente de vítima

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Por Agencia Estado
Atualização:

O vendedor José Amado dos Santos, cunhado do operador de produção Sérgio Santos Barbosa, disse nesta quinta-feira que a Petrobras deve ser punida pelo acidente com a plataforma P-36. "Essa empresa não se preocupa com a segurança dos funcionários e não paga um salário digno para o risco que eles correm", afirmou. Ele, no entanto, não quis confirmar se a família vai processar a empresa. "Minha irmã (Lucileide Amado Barbosa, viúva do operador) está sofrendo muito, a gente vai pensar nisso mais tarde", disse. De acordo com o vendedor, pequenos incêndios eram comuns na plataforma P-36. "Às vezes, ele (Barbosa) estava conversando com a minha irmã por telefone e desligava correndo para apagar algum incêndio. Depois ele ligava de novo para dizer que tudo estava bem", contou. "A Petrobras não sabia apenas a três dias do acidente que a plataforma tinha de parar. Sabia há muito tempo. Meu cunhado saía de casa para trabalhar e nunca sabia se voltaria vivo", afirmou. Santos contou ainda que Barbosa estava lúcido quando foi resgatado da coluna de sustentação da P-36 em que houve a explosão. O último pedido dele foi para que a mulher não fosse avisada do acidente. "William, não conte para a minha mulher. Ela é muito nervosa", pediu ao colega que o resgatou. O juiz André Cortes Vieira Lopes, da 25ª Vara Cível do Rio, aceitou nesta quinta-feira as explicações da Petrobras sobre as dificuldades técnicas do resgate dos corpos que afundaram com a P-36. Documentos apresentados pela estatal informam que a profundidade máxima permitida para mergulho é de 300 metros. A plataforma está submersa a 1330 metros. Lopes extinguiu o processo que obrigava a Petrobrás a prosseguir nas operações de resgate. Uma liminar concedida na noite de terça-feira à família do operador de produção Charles Roberto Oscar obrigava a empresa a manter as buscas, sob pena de pagar multa diária de mil salários mínimos.

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