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Petrobras afasta servidores acusados de participar de fraudes

Empresa apóia operação da PF que prevê a prisão de 26 suspeitos de envolvimento

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Por Redação
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A Petrobras enviou nota nesta terça-feira, 10, informando que afastou de suas funções empregados acusados de fraudes em processos de contratação de serviços, descobertos pela Operação Águas Profundas, desencadeada nesta terça. A empresa apoiou a Polícia Federal na operação durante a fase de investigações, diz ainda a nota, segundo a qual "a pedido da Procuradoria da República do Estado do Rio de Janeiro, a Petrobras não tomou nenhuma atitude anteriormente para não prejudicar as investigações´´. Entre os funcionários, o principal articulador, denunciado pelo Ministério Público Federal, era Carlos Alberto Pereira Feitosa. O grupo é acusado de fazer licitações viciadas. Feitosa mandava cartas-convite para empresas com endereços trocados, para que não chegassem. Dessa forma, as empresas ligadas a ele venciam. Assim como Feitosa, Ana Celeste Alves Bessa, servidora da Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente, também foi denunciada e teve mandado de prisão expedido pela Justiça. Ela já tinha sido afastada da seção de Concessões de Licença Ambiental na operação "Poeira no Asfalto" e, ainda assim, continuou conseguindo licenças para as empresas que participavam de concorrências na Petrobras. A empresa principal do esquema é Angra Porto, cujos sócios são Fernando da Cunha Stérea, Mauro Zamprogno, Wladimir Pereira Gomes e Simon Matthew Clayton - todos também denunciados e com mandados de prisão expedidos. A Angra Porto não participava das concorrências, mas servia como intermediária para providenciar resultados favoráveis nas licitações e depois recebia das vencedoras a título de consultoria. Só o lucro do Stérea mensal era R$ 150 mil, segundo a PF. No total, 26 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF). Dezoito mandados foram expedidos. Veja abaixo a íntegra da nota da Petrobras: A Petrobras informa que a operação da Polícia Federal deflagrada hoje, envolvendo a prisão de empregados da Companhia por fraudes em processos de contratação de serviços, recebeu todo o apoio da empresa durante a fase de investigações. A pedido da Procuradoria da República do Estado do Rio de Janeiro, a Petrobras não tomou nenhuma atitude anteriormente para não prejudicar as investigações. A Companhia afastou os empregados de suas funções, instalou uma comissão de sindicância para apurar imediatamente as possíveis irregularidades e adotará as medidas cabíveis. A Petrobras continuará adotando todas as medidas necessárias para coibir qualquer desvio de conduta, que deve ser baseada em seu código de ética que rege também as relações com seus fornecedores. A Companhia reafirma que não medirá esforços para colaborar com as investigações das autoridades, seja neste processo ou em qualquer outro que ocorra, buscando sempre defender os interesses de seus acionistas, de sua força de trabalho e de toda a sociedade.

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