Petistas querem que Alexandre Padilha entre nas negociações para 2014

Presidente do PT Paulista diz que costura política em SP é prioridade e observa que demora para lançar Mercadante nas eleições de 2010 'criou probrlema grave e inviabilizou segundo turno'

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Por Pedro Venceslau
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Mesmo sem ter assumido formalmente sua candidatura ao Palácio dos Bandeirantes, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, está sendo cobrado pelo PT a entrar diretamente nas negociações para a montagem do palanque do partido em São Paulo. Segundo dirigentes petistas, essa é uma cobrança de dirigentes partidários como o senador paulista Antonio Carlos Rodrigues, principal interlocutor do PR nesse momento.

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O cenário paulista é tratado como prioridade zero nas negociações nacionais do PT. Sabendo das dificuldades de enfrentar a máquina do PSDB, que governa o Estado desde 1995, a estratégia é incluir o apoio a Padilha nas articulações em torno de Dilma Rousseff. O PT desistiu de tentar atrair o PMDB para uma composição já no primeiro turno ao concluir que a candidatura do empresário Paulo Skaf, presidente da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), é irreversível. Nesse caso, já foi selado um pacto de não-agressão e apoio no segundo turno. "Para enfrentar a máquina (do governo paulista), temos que colocar São Paulo como prioridade na construção da tática nacional", diz Edinho Silva, presidente do PT paulista.

Além de selar o apoio do PCdoB, que é um aliado histórico, os principais alvos do PT nesse momento são o PR e o PRB. As conversas com as duas legendas, que também negociam com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição no ano que vem, estão sendo feitas no âmbito nacional. Ambos estão também na base da presidente Dilmaf. O mesmo vale para o PP, do ex-prefeito Paulo Maluf, que é alvo de um cabo de guerra entre tucanos e petistas. "Em 2010 nós saímos atrasados  com o (Aloizio)  Mercadante (que disputou o governo paulista). Isso criou um problema grave no Estado e inviabilizou um segundo turno", reconhece Edinho Silva.

Naquele ano, o PT esperou até abril por uma possível candidatura do ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes (PSB), em São Paulo, o que acabou não ocorrendo — o PSB acabou lançando PaulO Skaf, que em 2011 migrou para o PMDB. Quando finalmente o partido decidiu-se por Mercadante, quase todos os partidos já estavam comprometidos.

Os petistas também intensificaram a pressão para que o PDT desista de entrar na disputa com candidato próprio - no caso do deputado estadual Major Olímpio. Como o partido no Estado esta na base e no governo de Alckmin, a negociação está sendo feita diretamente com o ex-ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente nacional do PDT. Uma intervenção do diretório nacional em São Paulo não está descartada. Dirigentes petistas contam que só agora que o nome do PT foi definido é possível conversar com os partidos em bases concretas.

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