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Petista vai comandar Comissão de Direitos Humanos da Câmara

Deputado evangélico é derrotado; parlamentares também escolhem novo presidente do Conselho de Ética

Por João Domingos , BRASÍLIA e ANA FERNANDES
Atualização:

Parlamentares aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foram derrotados na eleição para as presidências da Comissão de Direitos Humanos e do Conselho de Ética. No Direitos Humanos venceu o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que obteve 14 votos contra 3 em branco na disputa com Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ), aliado de Cunha.No Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA) obteve 13 votos contra 8 de Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), apoiado pelo presidente da Câmara. Foram as primeiras derrotas de Cunha na Câmara desde que assumiu a presidência da Casa, em 1.º de fevereiro. Desde então, ele vinha impondo várias derrotas ao governo em votações, até que teve seu nome incluído na semana passada na lista da Procuradoria-Geral da República de investigados por suspeitas de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobrás. Seu correligionário, Renan Calheiros (AL), presidente do Senado, também foi derrotado anteontem ao tentar derrubar um veto presidencial que implicava benefícios fiscais ao seu Estado. Renan também está na lista de investigados. Ontem, durante sessão da Comissão de Direitos Humanos, Sóstenes, que é evangélico, disse ter sido "violado" e "estuprado" em seu direito de concorrer à presidência do colegiado. "Tenho que fazer uma denúncia que o PT e o governo, com a manutenção do acordo de liderança, violou, estuprou os partidos que têm liderança nessa comissão", disse o deputado.Para Sóstenes, o PT manobrou para derrotá-lo. Disse ainda que não desistiu do "sonho" de presidir a comissão. É a segunda tentativa de um evangélico de comandar a comissão. Até o início de 2014 a comissão foi presidida pelo pastor Marco Feliciano (PSC-SP), num dos seus mais tumultuados períodos. Conselho. José Carlos Araújo comandará o Conselho de Ética pela terceira vez. O colegiado tem função estratégica, pois cabe a ele decidir pela abertura de processos de investigação por quebra de decoro contra deputados. As penas podem ser de advertência, suspensão do mandato ou cassação. "Temos que esperar a investigação e ver o que vai acontecer no Supremo, porque não chegou nada aqui e não podemos fazer nada enquanto não formos provocados. Não temos a presença de nenhum investigado aqui", disse Araújo sobre a Lava Jato.

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