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Petista diz que mudança na dívida de Alagoas ajuda Collor e tucano

Por Agencia Estado
Atualização:

A disputa do governo de Alagoas se transferiu nesta terça-feira para o plenário do Senado. Começou pela provocação do vice-líder do governo, Romero Jucá (PSDB-RR). Segundo ele, a senadora Heloisa Helena está contra o acordo de negociação dos títulos emitidos ilegalmente pelo Estado, em 1995, para pagar precatórios fantasmas porque torce contra o governador Ronaldo Lessa. Candidato do PSB, Lessa disputa a reeleição empatado com o ex-presidente Fernando Collor. A senadora reagiu: ?Não tem pessoa que queira mais derrotar aquele vigarista do Collor do que eu?, defendeu-se. Ela afirma que não concorda com a operação porque esses papéis foram declarados nulos pela Justiça de Alagoas. E ao contrário do que afirma Jucá, a petista acredita que Collor será indiretamente beneficiado pelo acordo. Isso ocorreria porque seu maior financiador, o usineiro João Tenório, é um dos portadores desses títulos fraudulentos. Vai, portanto, transformar em lucro, um prejuízo reconhecido pela Justiça. A senadora diz ainda que Tenório é o primeiro suplente do senador tucano Teotônio Vilela (PSDB-AL), candidato à reeleição, que tem batalhado para aprovar o acordo de negociação com a União. Vilela afirma que tem agido exclusivamente pelos interesses do Estado. ?Alagoas hoje é um pária na federação?, alega. ?O Estado está impedido de se endividar para investir?. Heloisa Helena rebate a afirmação dizendo que Santa Catarina enfrentou o mesmo problema. Teve os títulos emitidos ilegalmente declarados nulos pela Justiça, resolveu não refinanciá-los e isso não teria impedido o Senado de liberar o financiamento de US$ 200 milhões do Banco Mundial para o Estado. Ela afirma que o acordo vai obrigar o Estado a pagar por títulos fraudulentos que hoje não fazem diferença no caixa. Romero Jucá, Teotonio Vilela e o líder do PMDB, Renan Calheiros (PMDB-AL) contestam. Eles insistem que o Estado está sendo penalizado e que não conseguirá obedecer a Lei de Responsabilidade Fiscal sem renegociar os papéis. A polêmica continuará nesta quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O vice-presidente do Senado, Édison Lobão (PFL-MA), resolveu submeter à comissão o recursos apresentado pela oposição para anular a votação do acordo na Comissão de Assuntos Econômicos, quarta-feira passada. O argumento é que a sessão foi realizada à revelia da maior parte dos membros da comissão. Além disso, os parlamentares teriam retirado do texto do acordo o item prevendo que a renegociação só pode ocorrer após a manifestação final da Justiça sobre a validade dos títulos. Qualquer que seja a decisão na CCJ, há também a dificuldade em votar a matéria em plenário, o que só pode ocorrer após a votação da Medida Provisória 37, que está trancando a pauta. A MP só pode ser examinada se estiverem em plenário, pelo menos 41 senadores, mas hoje apenas 28 deles assinaram a presença.

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