Petista diz que compartilhou "vidas passadas" com FHC

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Por Agencia Estado
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O governador do Mato Grosso do Sul, José Orcírio do Santos, conhecido como Zeca do PT, atribuiu a intimidade que compartilha e o apoio que recebe do presidente Fernando Henrique Cardoso a uma possível vivência comum em vidas passadas. Argumentando a jornalistas que está vivendo "um momento de espiritualidade", o governador petista brincou: "talvez em outra espiritualidade eu tenha vivido próximo a Fernando Henrique". Quando os jornalistas indagaram se a intimidade advinha de um relacionamento homem e mulher, Zeca - acrescentando que não é espírita, mas cristão, logo alertou: "acho que não e não me comprometa, porque o presidente é conhecido como um sedutor". O governador, que tem recebido críticas do partido pelos elogios públicos a Fernando Henrique, não teme represálias. "Se ele ajuda os outros, eu não sei, mas me ajuda muito e reconheço isso de público". Reafirmando que é favorável à instalação da CPI da Corrupção no Congresso, ao contrário dos demais petistas, Zeca não condenou Fernando Henrique por ser contrário a ela. "É um jogo político: o governo tem suas razões e a oposição liberdade de buscar parlamentares para assiná-la", ponderou. Para Zeca do PT, o apoio do governo Federal a Mato Grosso do Sul é patente não só pelas inúmeras visitas de Fernando Henrique ao Estado, como a vinda de vários ministros. Fernando Henrique já esteve cinco vezes no Mato Grosso do Sul depois que Zeca do PT assumiu o governo. E sempre é recebido com muitos elogios e agradecimentos pelo petista. Ontem não foi diferente. Em seu discurso, Zeca chegou a citar trecho da entrevista concedida por Fernando Henrique ao jornalista Roberto Pompeu de Toledo e transformada no livro "O presidente segundo o sociólogo". O governador presenteou Fernando Henrique com um vaso feito por índios da nação Kadiwel. "Esse é para o senhor levar para a dona Ruth colocar na sala de sua casa", acrescentou. Ele convidou Fernando Henrique para voltar ao Estado no dia 5 de junho, quando serão liberados os primeiros US$ 75 milhões, de um total de US$ 200 milhões do empréstimo do Banco Interamericando de Desenvolvimento (BID) para o programa Pantanal, de infra-estrutura e recuperação de bacias hidrográficas de 31 municípios do Estado. O petista também usou o discurso para desculpar-se com os parlamentares de seu Estado, em especial os três senadores que pertencem a partidos que apoiam o governo Fernando Henrique e defender uma convivência democrática entre adversários políticos. Numa espécie de mea culpa, Zeca do PT admitiu que errou ao se afastar da bancada federal do Mato Grosso do Sul e reconheceu que eles o ajudaram na liberação de verbas para as obras no Estado.

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