PUBLICIDADE

Pesquisadores descobrem novo tipo de aracnídeo no Rio

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Um tipo de aracnídeo ainda não catalogado foi descoberto nas galerias pluviais do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os pesquisadores desconfiam que a espécie esteja por ali desde os tempos em que o palácio era a residência da família imperial. É a primeira vez que animais como esses são encontrados vivendo perto do homem e também é o primeiro caso de introdução do bicho em um novo ambiente. O aracnólogo Alessandro Giupponi encontrou no acervo do Museu Nacional uma espécie não descrita de amblipígeo ? parente da aranha que não faz teia e tem uma estrutura própria para agarrar suas presas, os pedipalpos, que nas aranhas servem somente para manipulação do alimento. O bicho estava registrado no acervo desde 1973, sem ter sido estudado. No ano passado, três deles apareceram no Laboratório de Poríferas. ?Quando fui comparar, eram da mesma espécie. Não podiam ter vindo na mala de alguém. Tinha uma população no museu, que a gente tinha de achar?, contou Giuppone. Ele e o aracnólogo Renner Baptista reviraram o prédio do Museu Nacional e, munidos de lanternas, descobriram os amblipígeos nas galerias pluviais desativadas. ?É uma colônia considerável. Vimos uns 20. Eram adultos, fêmeas ovadas, fêmeas com filhotes, mudas (carcaça deixada pelo animal que está crescendo). Mas ainda tem os tubos menores e frestas a que não tivemos acessos?. Baptista já havia descoberto outra espécie de amblipígeo no Espírito Santo e os pesquisadores viajaram para lá, na tentativa de localizar a origem dos animais do museu. Na Reserva de Santa Lúcia, que pertence ao MN, eles encontraram mais duas novas espécies de amblipígeos, mas nem sinal do bicho do imperador. ?Ainda estamos procurando, mas pode ser que a gente nunca encontre a origem deles. Eles podem ter sido introduzidos na época do Império. Dom. Pedro II gostava muito de viajar, esteve no Egito, na Arábia, trouxe muitas plantas e eles podem ter vindo juntos?, especula Giupponi. Outra hipótese é que os amblipígeos vivessem em blocos ou paredões de pedras, com hábitos noturnos, e vieram nos blocos usados na construção do museu. Os pesquisadores esperam publicar o trabalho sobre a nova espécie em abril.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.