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Pesquisa mostra relação direta entre pobreza e violência

Por Agencia Estado
Atualização:

Pesquisa feita pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade demonstra a relação direta entre pobreza e violência. O estudo, com base nos censos de 1991 e 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que há um total de 589 mil chefes de família - 19,7% do total de quase 3 milhões - em situação de pobreza em São Paulo. Baseado nos dados de 1994 e 2000 do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade no Município de São Paulo (Pro-Aim), o estudo constatou que o distrito de Anhangüera, no extremo da zona oeste, foi campeão em violência. O número de mortes violentas aumentou 1.300%. São Rafael e Cidade Tiradentes, ambas na zona leste, vieram logo a seguir, respectivamente com 170% e 167% de acréscimo. Mapa da pobreza No mapa da pobreza, Anhangüera ocupa a terceira colocação entre os que mais tiveram aumento de pobres em sua área, com variação de 167%. O distrito também está entre os de menor escolaridade. Cidade Tiradentes ficou em quinto lugar, com 141,9%. Neste quesito, o distrito de Vila Andrade, ao lado do Morumbi, com 232% de variação, e Parelheiros, com 167%, ambos na zona sul, lideram a lista dos distritos que sofreram maior aumento da pobreza. O estudo demonstrou ainda que a violência se concentra em áreas de maior população, com moradores de menor renda e escolaridade. Nos 31 distritos em que a atividade econômica está baseada na indústria, ocorreu redução de 0,5% na pobreza. Ao contrário, nos 65 em que a economia está centrada em serviços públicos e privados, comércio e agropecuária o nível de miséria aumentou em até 4,3%. São Paulo é dividida em 96 distritos, com cerca de 2.500 bairros. Número de miseráveis cresceu A maior surpresa da pesquisa, na opinião do secretário Marcio Pochmann, foi o tamanho da pobreza. "A cidade mais rica do Brasil tem dois habitantes pobres em cada dez", comentou o secretário. A despeito da maior estabilidade econômica dos anos 90, o número de miseráveis cresceu de 18,5% em 1991 para 19,7% em 2000. "Os números nos permitem dizer, confirmando o senso comum, que violência e pobreza andam de mãos dadas,", afirmou o secretário. O estudo será enviado às secretarias estaduais da área social e aos ministérios da Educação, Saúde e Energia. Atualmente, a Prefeitura atende 110 mil pessoas de 13 distritos pobres com recursos anuais de R$ 68 milhões. A partir de abril, devem ser atendidas 300 mil, com R$ 186 milhões. Para oferecer ajuda na forma de programas sociais aos quase 600 mil miseráveis, Pochmann calcula que precisaria de R$ 780 milhões anualmente, o equivalente a 7,4% do orçamento municipal. A cidade gasta 13% com o pagamento das dívidas.

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