Os cruzamentos da pesquisa Ibope/Estado/Rede Globo acabam com mitos e lugares comuns sobre o comportamento dos eleitores. Ilações feitas com base apenas nas intenções de voto total dos presidenciáveis não se confirmam quando examinadas de perto. Em pesquisas, os fatos se escondem nos detalhes.
É comum ler em blogs e ouvir da boca de analistas e políticos que "somando-se a intenção de voto espontânea de Dilma Rousseff com a de Lula", a pré-candidata do PT teria na verdade 31% de eleitores consolidados. Na prática, a realidade é outra.
Apenas metade dos eleitores que declaram espontaneamente que votariam em Lula escolhem Dilma quando confrontados com a lista de candidatos. Pouco menos de um terço cita o nome de José Serra (PSDB).
Do mesmo modo, nem todo mundo que declara preferência pelo PT é eleitor de Dilma. Proporcionalmente, menos simpatizantes petistas declaram voto na pré-candidata do partido do que simpatizantes do PSDB dizem votar em Serra. Mas, como há quase 5 vezes mais petistas do que tucanos, os 71% de votos petistas de Dilma contam muito mais do que os 81% de votos tucanos de Serra.