Peso do Bolsa Família é maior em 2014

Pesquisa em cidades atendidas pelo programa revela que relação entre beneficiários e votação de Dilma supera índices de 2006 e 2010

Por Lucas de Abreu Maia e Rodrigo Burgarelli
Atualização:

O Bolsa Família, principal programa de transferência de renda do País, teve em 2014 o maior impacto eleitoral desde sua criação, segundo estudo do cientista político Cesar Zucco, da Fundação Getúlio Vargas, feito em parceria com o Estadão Dados. A análise indica que cada ponto porcentual de cobertura do Bolsa Família em um município rendeu, em média, 0,32 ponto porcentual na votação de Dilma naquela cidade - o dobro do que foi verificado em 2010. O estudo compara o desempenho da presidente em municípios de perfis socioeconômicos semelhantes, mas com diferenças nos porcentuais de atendimento do Bolsa Família. Embora não permitam dizer exatamente como beneficiários e não beneficiários do programa se comportam na hora de votar, os resultados indicam que, quanto maior a parcela de famílias beneficiadas, maior a probabilidade de a presidente ganhar na cidade analisada. Segundo o estudo, um em cada cinco votos em Dilma está relacionado ao mais famoso programa de transferência de renda dos governos petistas. A extrapolação dos resultados, porém, sugere que a presidente teria recebido votações expressivas nos locais mais pobres, mesmo sem o programa. A análise de Zucco leva em conta variáveis socioeconômicas - como a pujança da economia do município, medida pelo Produto Interno Bruto, e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) -, para especificar municípios semelhantes a serem comparados entre si.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.