Perto do ocaso, experimentou o travo da derrota

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Por Redação
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No início de 2002 ACM já estava em campanha para voltar ao Senado, municiando todos os mecanismos que fizeram dele o mais evidente sinônimo da Bahia nos últimos 40 anos. Na eleição, no entanto, ele se isolaria da disputa federal. Ressuscitado da morte política determinada um ano antes, brigado com José Serra, o candidato situacionista, ele se elegeu senador com uma votação consagradora, elegeu o ex-senador Paulo Souto para o governo estadual e, de lambugem, o ex-governador César Borges com ele para o Senado. Pela primeira vez em 50 anos de carreira política, no entanto, ele iria se postar numa franca e ostensiva oposição a um governo, depois de ter sido aliado e cortesão de JK, Jânio Quadros, Humberto Castelo Branco, Arthur da Costa e Silva, Emílio Médici, Ernesto Geisel, João Figueiredo e FHC. Os breves intervalos foram nos governos João Goulart e Itamar Franco. Em 2006, apoiou Geraldo Alckmin um tanto desinteressadamente, mas um fenômeno estranho abalou seu império: seu candidato ao governo estadual perdeu a eleição para o PT por 600 mil votos de diferença e seu candidato para o Senado foi derrotado pelo PDT por 700 mil. O ocaso se descortinava sobre sua carreira. Este ano fez duas dezenas de discursos no Senado para desancar o governo Lula, mas finalmente se dobrava à única recorrência que cultuou: pensava em bandear-se para apoiá-lo.

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