BRASÍLIA - O ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-MA) divulgou nota na tarde desta terça-feira, 7, para comentar o pedido de prisão contra ele feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Estou perplexo, indignado e revoltado", disse Sarney no documento distribuído à imprensa, acrescentando que jamais agiu para obstruir a Justiça.
Sarney fala que dedicou 60 anos de vida pública ao País e à defesa do Estado de Direito e que, por isso, julgava merecer "o respeito de autoridades do porte do procurador-geral da República".
Ele ainda destaca que promoveu e sancionou leis, mesmo antes da nova Constituição, que beneficiam e fortalecem o Ministério Público. "O Brasil conhece a minha trajetória, o meu cuidado no trato da coisa pública, a minha verdadeira devoção à Justiça, sob a égide do Supremo Tribunal Federal", afirma o ex-presidente.
Além de Sarney, Janot pediu ao STF a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e do senador e ex-ministro do Planejamento de Michel Temer Romero Jucá (PMDB-RR), todos por tentativa de barrar a Operação Lava Jato. Janot ainda pediu ao Supremo a prisão do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Veja a íntegra da nota distribuída por José Sarney: "Estou perplexo, indignado e revoltado.
Dediquei sessenta anos de vida pública ao País e à defesa do Estado de Direito. Julguei que tivesse o respeito de autoridades do porte do Procurador-Geral da República.
Jamais agi para obstruir a Justiça. Sempre a prestigiei e fortaleci. Prestei serviços ao País, o maior deles, conduzir a transição para a democracia e a elaboração da Constituição da República.
Filho de magistrado e de membro do Ministério Público, mesmo antes da nova Constituição promovi e sancionei leis que o beneficiam, inclusive a criação da Ação Civil Pública e as mudanças que o fortalecem, sob a liderança do Ministro Sepúlveda Pertence, meu Procurador-Geral e patrono do Ministério Público.
O Brasil conhece a minha trajetória, o meu cuidado no trato da coisa pública, a minha verdadeira devoção à Justiça, sob a égide do Supremo Tribunal Federal."