PUBLICIDADE

Perícia vai comparar terra tirada de sapato do prefeito

Por Agencia Estado
Atualização:

A terra encontrada na sola do sapato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), assassinado no dia 20 de janeiro, pode ser a prova definitiva que a polícia busca para ligar seu seqüestro e morte ao cativeiro descoberto na Favela Pantanal, localizada entre os municípios de Diadema e São Paulo. Os peritos do Instituto de Criminalística (IC) estão comparando essa terra com as amostras recolhidas na casa que a polícia tem certeza de ter sido usada para esconder o prefeito. O resultado da análise deve ficar pronto na próxima semana. Trabalho semelhante descartou a hipótese de que Daniel tivesse pisado o solo da casa em Embu, usada pela quadrilha responsável pelo resgate de dois presos, por meio de um helicóptero, da Penitenciária José Parada Neto, em Guarulhos. Além desse estudo, outros 14 estão em fase de elaboração ou já foram concluídos pelo IC. Entre esses está o que também descartou serem de Daniel os pêlos brancos encontrados em um Santana azul estacionado na casa de Embu. Os fios brancos são de animais e de cabelos que não pertencem ao prefeito. Esse resultado reforçou mais ainda a inexistência de relação entre o resgate e o assassinato. O diretor do instituto, José Moreira das Eiras, afirmou que a Blazer verde apreendida carbonizada no dia 21 pode estar ligada ao seqüestro. Os peritos não negaram essa possibilidade. Explicaram, porém, que não foi possível até agora afirmar se o veículo foi usado para bater na Pajero que levava o prefeito e o empresário Sérgio Gomes da Silva. Os especialistas recolheram amostras de tinta verde-escura na Blazer e vão confrontá-las com a tinta deixada pelo carro que bateu na Pajero. A outra Blazer carbonizada, apreendida pela polícia, foi queimada pelo menos 20 dias antes de ser achada, no dia 28, ou seja, antes da morte de Daniel. A provável data do incêndio foi determinada pelo IC pela oxidação do veículo. O Instituto Médico-Legal (IML) divulgou que o prefeito foi morto com três tiros disparados pela frente, um no peito, um no ombro e outro no braço, todos do lado direito. Daniel ainda foi atingido duas vezes no rosto, o que lhe fraturou o maxilar, e duas vezes nas costas, do lado esquerdo. Foram estes dois disparos que o mataram.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.