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Pela 1ª vez, um único partido governa Estado e cidade de SP

Por Agencia Estado
Atualização:

Pela primeira vez desde a redemocratização do País na década de 80, um único partido, o PSDB, governará o Estado de São Paulo e sua capital, a cidade de São Paulo. Por dois anos, já que haverá eleição estadual em 2006, os tucanos Geraldo Alckmin e José Serra trabalharão juntos. O poder de fogo da dobradinha é inegável. Afinal, São Paulo é, simultaneamente, o Estado e a cidade mais ricos do Brasil. Juntos, movimentam orçamentos milionários. Antes de Alckmin e Serra, outra dobradinha de um mesmo partido, o MDB, ocupou esses cargos, mas não pelo voto popular. Em 1983, o governador Franco Montoro, eleito em 82, indicou o então secretário dos Transportes, Mário Covas, que fora eleito deputado federal, para a prefeitura. Aprovado pela Assembléia Legislativa, Covas ocupou o cargo por 33 meses até dezembro de 85 e foi o último prefeito indicado. Jânio Quadros (PTB) foi eleito naquele ano. Serra comandará uma cidade de mais de 10 milhões de habitantes. Se a capital fosse um Estado, ficaria atrás apenas de São Paulo e de Minas Gerais. A influência da cidade se espraia pela região metropolitana que supera 18 milhões de habitantes. Ao mesmo tempo, Alckmin continuará governando um Estado com mais de 37 milhões de habitantes que correspondem a 22% do País. Parceria tem riscos "Trabalhar em cooperação será obrigatório para Alckmin e Serra", disse o cientista político Marco Antonio Carvalho Teixeira, sobre o prometido trabalho em conjunto feito durante a campanha eleitoral. Se essa sintonia é positiva de um lado, traz riscos. "O mal desempenho de uma das administrações pode contaminar a outra", lembrou. Teixeira citou que isso que ocorreu na administração do PT em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul. Após perder o Estado em 2004, o PT perdeu nesta eleição municipal a capital gaúcha. "Se Alckmin e Serra não ficarem brigando entre si, podem dar um show de bola", avalia ao cientista política Lúcia Hipólito, sobre o impacto político de um trabalho da dupla. Ao falar de brigas, ela se refere aos diferentes grupos políticos a quem pertencem os dois dentro do PSDB, além, é claro, das ambições políticas de cada um.

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