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Peemedebistas mantêm capilaridade pelo País

À exceção do Rio, partido obtém melhor desempenho em cidades menores, que têm menos recursos, mas ajudam a eleger deputados

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Por Redação
Atualização:

O PMDB sai das eleições de 2012 como o maior partido em número de prefeituras do Brasil, mas teve um fraco desempenho nas maiores cidades, com exceção do Rio de Janeiro - onde o peemedebista Eduardo Paes foi reeleito em primeiro turno. A média de população nas cidades onde o partido venceu as disputas é de apenas 29,9 mil, menor que as médias do PT, PSB, PSDB e DEM. Sem o Rio, o resultado seria ainda menor: 23,8 mil.

 

Já o PT, além de ter o maior eleitorado do País, vai administrar os municípios com a maior média de população: 57,6 mil. O PSDB, principal rival dos petistas, vai governar cidades com população média de 35 mil, e o PSB com 47 mil.

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Em termos práticos, administrar municípios maiores eleva o poderio dos partidos não apenas pela quantidade de eleitores sob sua influência, mas também pelos recursos administrados. Grandes cidades costumam ter mais folga orçamentária para obras e programas de visibilidade, além de facilidades para obtenção de convênios com as esferas federal e estadual. Já os prefeitos de cidades pequenas são uma fonte de apoio importante nas eleições para a Câmara de Deputados e para o Senado.

 

Além do Rio de Janeiro, o PMDB conquistou apenas uma capital, Boa Vista (RR), também no primeiro turno. É um terço do que a sigla obteve nas eleições de 2008, quando estavam na lista Porto Alegre e Salvador.

 

Neste domingo, o partido também disputou em outras 15 cidades e se elegeu em 6. A maior delas é Nova Iguaçu, com 560 mil habitantes. No balanço final, três em cada quatro cidades conquistadas pelo PMDB têm até 15 mil habitantes.

 

São Paulo. A vitória do PT em São Paulo, com 8,7 milhões de eleitores, inflou o resultado do partido. Sem a capital paulista, porém, os municípios conquistados pelo PT teriam média menor, de 40 mil, o que colocaria o partido no segundo lugar do ranking, atrás do PSB. Além da capital paulista, o PT venceu em Guarulhos, cidade com eleitorado maior que o de 15 capitais. Mas foi nas capitais que, ao menos em termos quantitativos, o partido teve o pior resultado: venceu em 3 delas, metade do resultado obtido pela sigla em 2008 (6).

 

A média da renda domiciliar per capita nas cidades que o PT vai governar é praticamente a mesma do PMDB: R$ 1420. A cobertura do Bolsa Família também é parecida: 33%. O PSDB, por sua vez, tem uma média de renda um pouco maior (R$ 1.480) e de cobertura do Bolsa Família um pouco inferior (30%).

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Nordeste. Com as vitórias em Belo Horizonte, Recife e Fortaleza, o PSB se consolidou no clube dos grandes partidos da política nacional. As três capitais elevaram a média de população do partido, que ficou em 47 mil, a segunda colocação. Das cidades onde o PSB foi eleito, 64% têm menos de 15 mil habitantes.

 

A concentração do PSB no Nordeste, polo da liderança de Eduardo Campos, governador de Pernambuco, ajuda a explicar a média da renda das cidades que o partido vai governar, de R$ 1.158, abaixo de PT, PMDB e PSDB. Também justifica a alta cobertura do Bolsa Família onde o partido foi eleito: 44% .

 

Já o PSD, que disputa suas primeiras eleições este ano, tem a menor média de população nas cidades que vai governar, entre os maiores partidos: 23,8 mil. O maior município onde o partido foi eleito é Ribeirão Preto (SP), com 419 mil habitantes, onde a atual prefeita Dárcy Vera foi reeleita. Em 2008, ela concorreu e venceu pelo DEM, antigo partido de Gilberto Kassab, atual prefeito de São Paulo.

 

Apesar de sua origem paulista, o PSD saiu das urnas concentrado no Nordeste. A renda média domiciliar per capita nas cidades onde foi eleito é de R$ 1.300 e a cobertura do Bolsa Família nessas cidades, de 39%.

 

Reeleição. No 2º turno, 13 prefeitos continuaram na disputa pela reeleição. Destes, 5 tiveram sucesso. O resultado não muda a taxa de reeleição em 2012: 55% dos prefeitos que tentaram se reeleger conseguiram um novo mandato.

 

Por partido, a maior taxa é do PSB, com 71%, seguido pelo DEM. Em número absolutos, o PMDB reelegeu o maior número: 296, mais os 2 que foram para o segundo turno. / DANIEL BRAMATTI, JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO, AMANDA ROSSI, DIEGO RABATONI E VITOR BAPTISTA

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