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Peemedebistas cobram renúncia, Renan resiste

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Por Redação
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A situação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se complica ainda mais. Desta vez, até seu colega de partido, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) pediu sua renúncia do cargo, juntando-se ao coro dos senadores da oposição. Em resposta, Renan afirmou que a idéia de largar a presidência do Senado "jamais" lhe passou pela cabeça. Simon manifestou sua opinião em aparte a um discurso do senador Christovam Buarque (PDT-DF) no plenário da Casa nesta terça-feira, 19, e mostra divisão no partido em relação ao caso do senador. "Aconselho o senador Renan a renunciar. Renan faria um gesto que marcaria sua posição se renunciasse à presidência do Senado", diz Simon. Renan responde a processo no Conselho de Ética para apurar suspeitas de que ele teria utilizado recursos da construtora Mendes Júnior para pagar pensão alimentícia à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha nascida em 2004. Apesar de os documentos apresentarem irregularidades, ainda não há unidade entre os governistas quanto à suspeita de que ele teria fraudado a contabilidade de seus negócios agropecuários para justificar sua renda pessoal. O senador Jefferson Péres (PDT-AM), também em aparte a Buarque, agradeceu aos cumprimentos que tem recebido por sua atuação no Conselho de Ética do Senado. Péres tem se declarado contrário à proposta de arquivamento do processo contra Renan antes de concluída a apuração da denúncia. "Não é uma tarefa fácil a missão que estou desempenhando", disse, "pois trata-se de um amigo, mas acho que as pessoas públicas devem agir com a razão, e não com o coração. Além disso, a instituição está acima das pessoas." Também os partidos de oposição PSDB e DEM (ex-PFL) discutem a renúncia de Renan e tentam evitar que o Conselho de Ética encerre nesta quarta-feira o processo contra ele. "Seria melhor para todos se o presidente Renan Calheiros renunciasse ou pelo menos pedisse licença do cargo que ocupa. Ele está pensando mais nele próprio do que no Senado e comprometendo a imagem da instituição", disse o líder DEM, José Agripino Maia (RN). Questionado por jornalistas se se sentia pressionado a deixar o cargo, o presidente do Senado respondeu: "Pressão? Só de vocês." Após reunião com a cúpula do PMDB, foi discutida a estratégia para tentar aprovar nesta quarta-feira o arquivamento do caso. "Tenho absoluta certeza de que a verdade prevalecerá", afirmou Renan.

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