Peemedebistas buscam nova aproximação com PSDB

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Por Erich Decat e BRASÍLIA
Atualização:

Em razão do crescente desgaste do Palácio do Planalto e do PT com os últimos desdobramentos da Operação Lava Jato, além do agravamento da crise econômica, parte da cúpula do PMDB cogita intensificar uma aproximação com lideranças do PSDB, principal partido de oposição.

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Na avaliação de peemedebistas próximos ao vice-presidente Michel Temer, está cada vez mais pesado “carregar o fardo” do PT e do governo, que nos últimos dez dias tem focado a sua atuação para tentar sair da agenda negativa criada pela a prisão do marqueteiro João Santana; pela saída do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo; e desde ontem pelos desdobramentos dos depoimentos do senador Delcídio Amaral (PT-MS) à Procuradoria-Geral da República.

Apesar do cenário conturbado, a estratégia de setores da cúpula do PMDB, neste momento, é não repetir os erros cometidos no final do ano passado, quando Temer chegou a se expor publicamente em carta de desabafo a Dilma. A ideia agora é evitar movimentações públicas que sinalizem intenção de afastamento do Palácio. O receio de alguns peemedebistas é de o governo atrapalhar o processo de recondução ao comando da legenda, do vice-presidente da República, prevista para ocorrer no próximo dia 12.

Embora a estratégia é de cautela redobrada nesta reta final para o encontro do PMDB, segundo integrantes do PSDB, o ex-ministro Moreira Franco, presidente da Fundação Ulysses Guimarães e braço direito de Temer, se reuniu na semana passada com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

De acordo com tucanos ouvidos pela reportagem, após a reunião passou a circular internamente a “Tese Moreira” de que Temer apenas fez um “pit stop” na questão de um possível afastamento da presidente Dilma, mas que após ser reconduzido ao comando do PMDB, um posicionamento mais assertivo poderá ser tomado. Procurado, FHC negou, por meio da assessoria, o encontro com Moreira Franco.

Nordeste. Em Teresina, o ex-titular da Aviação Civil reforçou o palanque em ato de campanha pela reeleição de Temer no comando do PMDB. “As prefeituras e os Estados estão totalmente quebrados. Mas temos um quadro com alternativas para sair dessa situação. O silêncio do governo nos força a buscar alternativas”, declarou ele, ao lado do vice-presidente e de Padilha, no auditório do PMDB piauiense.

No Maranhão, Temer disse que “não adianta tapar o sol com a peneira”, ao comentar a crise política e econômica. Afirmou que são necessárias medidas “ousadas” para o País não “afundar” e repetiu o discurso de “reunificação”. “Precisamos pacificar as relações sociais.” Antes, no Piauí, o vice riu ao ouvir de um militante que seria presidente “já, já”. Temer foi ao Nordeste com a Caravana da Unidade, que antecede a convenção que deve reconduzi-lo ao comando do PMDB. / COLABORARAM LUCIANA NUNES LEAL e LUCIANO COELHO, ESPECIAL PARA O ESTADO

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