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Pedidos de prisão de Renan, Jucá e Cunha transferem pressão ao Congresso, dizem auxiliares de Temer

Para interlocutores do presidente em exercício, governo fica menos exposto a desgastes após constrangimentos provocados pela Lava Jato, mas vive incerteza sobre impacto da medida na votação do impeachment no Senado

Por Erich Decat
Atualização:
Romero Juca (esq), Michel Temer (c) e Renan Calheiros (dir) Foto: Dida Sampaio|Estadão

BRASÍLIA – Auxiliares do presidente em exercício Michel Temer avaliam, de forma preliminar, que o pedido de prisão de parlamentares do PMDB feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, colocaria o Congresso no centro da crise política e amenizaria as atenções voltadas para as idas e vindas do atual governo. O chefe do Ministério Público Federal quer que o Supremo Tribunal Federal decrete as prisões do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do senador e ex-ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR) e do ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP), com base na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, além de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já afastado da presidência da Câmara.

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Em menos de um mês de governo, Temer passou por uma série de constrangimentos, parte deles motivados pela Operação Lava Jato. Nas duas últimas semanas, dois ministros – Jucá e Fabiano Silveira (Transparência) – tiveram de deixar os cargos após a divulgação de gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Na segunda-feira, especulava-se a possibilidade da queda do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, também alvo de pedido de investigação no Supremo em razão da Lava Jato. Nas avaliações preliminares de auxiliares de Temer, apesar de a decisão de Janot poder mudar o foco para o Congresso, ainda há o receio de que o placar do processo de impeachment possa ser alterado com o possível afastamento de Renan e Jucá dos respectivos mandatos. Os dois são considerados como votos certos pró-impeachment. O Planalto, no entanto, ainda não tem o conhecimento de como deverá ser o voto dos suplentes dos dois senadores em caso de afastamento dos peemedebistas.

Temer está neste momento no Palácio do Jaburu e só tem agenda oficial a partir do início da tarde. A expectativa, tanto na residência oficial do presidente em exercício como no Congresso, é em relação a quando serão analisados os pedidos de prisão feitos por Janot – eles estão no gabinete do ministro do STF Teori Zavascki, relator da Lava Jato na Corte.