PDT ficará com Trabalho e Marinho vai para Previdência

Presidente reabriu as negociações com o partido, que antes levaria a Previdência

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Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de ter praticamente acertado a sua ida para o Ministério da Previdência, o PDT mudou de idéia e negociou com o presidente Lula, em reunião na noite desta ontem no Palácio do Planalto, a oferta de ir para o Ministério do Trabalho. O presidente do partido, Carlos Lupi, ocupará o posto do atual ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que vai para a Previdência. No troca-troca, o ministro da Previdência, Nelson Machado, deve se transferir para a Fazenda, como secretário-executivo, no lugar de Barnard Appy. De acordo com o secretário-geral do partido, Manoel Dias, o presidente disse ao PDT que escolhesse entre a Previdência e o Trabalho. Lupi avisou Lula que o partido preferia o Trabalho, mas precisava consultar seus pares e Marinho. Os novos ministros tomarão posse na quinta-feira, 29. A opção pelo Trabalho foi recomendada pelas bancadas do PDT no Senado e na Câmara. Os parlamentares acharam a escolha mais coerente com a história do partido. O governo também preferia essa alternativa porque na Previdência o PDT seria um empecilho para o avanço da reforma previdenciária. Na reta final da reforma da equipe de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reabriu as negociações com o PDT, oferecendo ao partido o Ministério do Trabalho, em vez da Previdência, disse uma fonte do Planalto na noite desta terça-feira, 27. O movimento é politicamente complicado porque envolveria deslocar para a Previdência o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, ex-presidente da CUT. A maior rival da CUT no sindicalismo é a Força Sindical, do deputado Paulinho Pereira (PDT-SP). Ministros na casa Depois de quase três meses de negociações com onze partidos, o presidente Lula marcou a primeira reunião de seu novo ministério para a próxima segunda-feira, ainda com dúvidas em dois ministérios ocupados por indicações do PT. Lula quer definir a situação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Secretaria Especial da Pesca, até quinta-feira, quando tomarão posse os ministros Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Franklin Martins (Comunicação Social) e Alfredo Nascimento (Transportes). Para o MDA, Lula pode manter o ministro Guilherme Cassel, nomear o deputado Pedro Eugênio (PT-PE), apoiado pela Confederação dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), ou o presidente do Incra, Rolf Hackbart, apoiado pelo MST. O PT ainda insiste na indicação do agrônomo Joaquim Soriano, da tendência Democracia Socialista e membro da executiva nacional do partido. O ex-ministro José Fritsch, que deixou a Secretaria da Pesca há um ano para disputar (e perder) o governo de Santa Catarina, quer voltar ao cargo, mas Lula tende a manter seu substituto, Altemir Gregolin, disseram fontes do PT e do governo. Lula já promoveu sete alterações no ministério. Nomeou deputados do PMDB para Integração Nacional (Geddel Vieira Lima) e a Agricultura (Reinhold Stephanes) e o médico José Gomes Temporão para a Saúde, incluída na cota do partido. O PT ganhou Justiça (Tarso Genro) e Turismo (Marta Suplicy), mas perdeu a estratégica secretaria de Relações Institucionais, que ficou com o ministro Walfrido Mares Guia, do PTB. José Antônio Toffoli, ex-advogado de Lula e do PT nos tribunais eleitorais, foi nomeado ministro da Advocacia Geral da União, no lugar de lvaro Ribeiro da Costa.

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