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PCdoB usa programa na TV como plataforma contra denúncias

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Por Redação
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O PCdoB aproveitou seu programa gratuito na TV nesta quinta-feira para defender a si e ao ministro do Esporte, Orlando Silva, das acusações de coordenarem e serem beneficiários de um esquema de desvio de recursos públicos na pasta. O próprio ministro apareceu no programa da legenda para se defender. Ele voltou a negar as denúncias, que classificou como "uma tentativa atrapalhada de atingir não só a história do partido, mas a mim também". "Vou até as últimas consequências para defender a minha honra e os 90 anos de história de um partido que nunca se envolveu em escândalo. Farei o que for preciso para que a verdade fale mais alto", afirmou ele durante o programa, que foi colocado pela sigla na Internet antes mesmo de sua transmissão na TV. O policial militar João Dias Ferreira acusa o ministro de coordenar esquema em que organizações não-governamentais que firmam convênios com a pasta no âmbito do programa Segundo Tempo, que busca promover a prática esportiva entre crianças, jovens e adolescentes, pagariam até 20 por cento dos valores dos contratos para pessoas ligadas ao partido. João Dias, um dos presos no ano passado em operação da polícia de Brasília que investigou desvio de recursos do programa, disse ter provas que comprovariam as acusações. Ele, no entanto, ainda não as apresentou. No programa do PCdoB, Silva afirmou que "a importância que o Ministério do Esporte conquistou através do trabalho do PCdoB incomoda muita gente" e argumentou que as acusações "partiram de um sujeito procurado pela Justiça". Embora a sigla tenha dado espaço para pré-candidatos na eleição do ano que vem --como Netinho de Paula, em São Paulo, e Manuela D'Ávila, em Porto Alegre-- a defesa contra as acusações foi o principal assunto nos 10 minutos de programa, inclusive abrindo a apresentação dos comunistas. "Em 90 anos, o PCdoB nunca se envolveu em qualquer tipo de escândalo, porque nunca tolerou qualquer desvio de conduta", disse uma locutora que abriu o programa e que classificou as denúncias de "uma tentativa desesperada de colocar o PCdoB na vala comum da corrupção". O presidente do partido, Renato Rabelo, que na quarta-feira admitiu que o Ministério do Esporte é cobiçado por outros partidos da base de sustentação ao governo da presidente Dilma Rousseff, prometeu que a sigla irá resistir. "Já enfrentamos ditaduras, delatores e provocadores. Sempre resistimos. Não vai ser agora que vamos nos intimidar diante daqueles que querem manchar a nossa história", disse. (Por Eduardo Simões)

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