
08 de setembro de 2014 | 07h31
BRASÍLIA- O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, afirmou que a condução do processo da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, era de responsabilidade do ex-diretor Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal durante a operação Lava Jato. Em depoimento prestado para a Polícia Federal e o Ministério Público, Cerveró contou que Paulo Roberto indicou membros da comissão da licitação da refinaria.
A Abreu e Lima é uma das obras suspeitas de integrarem um esquema de desvio de recursos e lavagem de dinheiro investigado pela operação Lava Jato.
Investigações da Polícia Federal indicam que Costa ajudou empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef a fechar contratos com a Petrobras - entre elas, a refinaria. A estimativa é de que, somente nesta obra, tenham sido desviados da R$ 400 milhões.
Em depoimentos prestados depois de um acordo de delação premiada, o ex-diretor Paulo Roberto Costa admitiu a existência de uma espécie de "consórcio" de propinas. Para garantir a realização de contratos com a Petrobras, empresas repassavam comissões que, numa terceira etapa, eram distribuídas para políticos e partidos. A lista de beneficiados, conforme o portão estadão.com.br antecipou, teria mais de 30 parlamentares. Entre eles, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
No depoimento como testemunha na operação Lava Jato, Cerveró, que foi diretor da Petrobras entre 2003 e 2008, contou que integrantes da comissão de licitação são indicados pelo representante da área envolvida. No caso da Abreu e Lima, Paulo Roberto Costa.
A Lava Jato desbaratou esquema de corrupção na Petrobras que consistia em contratos arranjados em troca de propina para políticos do PT, PMDB e PP.
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