O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, Paulinho, informou que terá reuniões hoje e amanhã com as lideranças e representantes do PPS, PMDB e PTB, para discutir a votação do projeto de lei que muda o artigo 618 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A aprovação da mudança permitiria que acordos e convenções coletivas se sobrepusessem às leis trabalhistas. A votação está marcada para amanhã, em Brasília, e tem pedido de urgência feito pelo governo. "Vamos mostrar para eles uma pequena alteração que foi feita no texto do projeto. É uma pequenas diferença, mas que deixa claro que as mudanças na CLT não retirarão os direitos dos trabalhadores. Poderá haver negociação, mas só em forma de concessão", explicou Paulinho. A Força é a única central sindical do País que defende as mudanças na CLT. Na última sexta-feira, líderes das demais centrais (CUT, CGT e SDS) estiveram reunidos com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP) e da Pastoral Operária Estadual para armar "um plano de guerra" contra a votação da proposta no Congresso. Entre as frentes de combate estão o deslocamento de trabalhadores para Brasília - incluindo um ônibus com metalúrgicos da Volkswagen -; operação corpo a corpo com os deputados nos principais aeroportos do País, incluindo o do Distrito Federal; e ato público contra a mudança da CLT na frente do Congresso e, em São Paulo, na Rua Martins Fontes, 109, a partir das 13 horas. Os participantes da reunião também acordaram em tentar obter mandados de segurança, o que garantiria a permanência de líderes sindicais no Congresso. O ministro Sepúlveda Pertence, do Supremo Tribunal Federal (STF), já se adiantou e afirmou que a Câmara não poderá vetar a entrada de integrantes da Central Única dos Trabalhadores e da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho nas instalações internas do prédio. O Congresso, no entanto, já está preparado para os protestos. Haverá um esquema especial de segurança cercado de cuidados internos, destinado a permitir a entrada de manifestantes. Enquanto o projeto não for votado ou o governo não retirar o pedido de urgência, a pauta da Câmara permanecerá trancada, sem votação de nenhum outro projeto no plenário. Se for aprovado, o projeto seguirá para o Senado. Segundo o documento que já circula no Congresso, a lei terá validade de dois anos. Se for considerada boa tanto para empresários quanto para trabalhadores, será tornada definitiva. No caso de receber má avaliação, cairá em 24 meses.