Paulinho entrega defesa, de olho no recesso na Câmara

Vinte e três dias depois de ser notificado, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, presidente da Força Sindical, entregou hoje sua defesa escrita ao Conselho de Ética da Câmara, no processo sobre desvio de dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), descoberto pela Polícia Federal na Operação Santa Tereza. Ele usou todo o prazo de cinco sessões ordinárias para protocolar o documento. A demora na entrega favorece o deputado. No dia 18 de julho a Câmara entra em recesso e, a partir de agosto até final de outubro, estará esvaziada por causa do período eleitoral, o que poderá atrasar ainda mais a conclusão do processo no conselho e, em última instância, no plenário. Paulinho já foi beneficiado pelo ritmo de trabalho no Congresso neste mês, já que as festas juninas no Nordeste e o fim do período de convenções para escolha dos candidatos a prefeito esvaziaram a Câmara e muitas sessões deixaram de ser realizadas. O presidente do conselho, deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), marcou duas datas, 2 e 8 de julho, para o depoimento de Paulinho no colegiado. Caberá ao deputado escolher o dia que preferir. Moraes, no entanto, disse que Paulinho não é obrigado a comparecer para fazer sua defesa oral. "É um convite", disse Moraes. Na defesa escrita, Paulinho apresenta quatro testemunhas que deverão ser também convidadas pelo conselho para depor. Moraes não divulgou o conteúdo da defesa nem a relação dos nomes apresentados por Paulinho. O deputado do PDT não quis se manifestar sobre a defesa escrita. O documento assinado por Paulinho e pelo advogado Leônidas Ribeiro Scholz tem 274 páginas numeradas. O presidente do conselho disse que, apesar de dispor de pouco tempo até o recesso, cumprirá com o seu trabalho. "Não trabalho com o calendário eleitoral e não posso trabalhar com o recesso. Tenho de fazer o meu trabalho", disse, contando que fará os convites que forem necessários para realizar os depoimentos.