O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, declarou-se hoje inocente ao apresentar ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara a defesa contra a acusação de envolvimento em desvio de dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Sou inocente do que me acusam", afirmou, em depoimento no processo em que a Mesa Diretora da Casa pede a cassação do mandato dele. Na versão que apresentou lendo um texto aos deputados do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Paulinho disse que o nome dele apareceu em gravação de conversas entre outras pessoas, quando uma delas o citou. Paulinho disse que, quando o ex-consultor do BNDES João Pedro de Moura - indiciado para essa função pela Força Sindical, presidida pelo pedetista - e o empresário Manuel de Bastos Filho falam, em diálogo gravada, sobre divisão de dinheiro e mencionam o nome do deputado, isso induz as pessoas a pensarem que seja ele. "Mas nego, veementemente, que tenha participação naquela divisão", afirmou. Paulinho afirmou que Moura confessou que usava o nome dele para aferir vantagens. Sobre a conversa, também gravada pela Polícia Federal (PF), com o coronel reformado da Polícia Militar (PM) Wilson de Barros Consani Júnior - que avisava que haveria uma operação da Polícia Federal (PF) -, Paulinho apresentou a versão de que essa ração nada teria a ver com o caso do BNDES. Segundo o deputado do PDT de São Paulo, a filha dele suspeitava, na época, que era perseguida e, por isso, contratou Consani Júnior para verificar o que acontecia. O coronel reformado da PM descobriu, de acordo com Paulinho, que policiais civis de São Paulo a seguiam. O deputado do PDT disse que procurou a Justiça e protocolou uma representação. Paulinho disse que, quando recebeu o telefonema de Consani Júnior, entendeu que ele se referia ao caso das ameaças. "Eu estava cuidando da segurança da minha filha", declarou.