Patrimônio de megatraficante seria de R$ 500 milhões

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Por Agencia Estado
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Leonardo Dias Mendonça, de 50 anos, é apontado pela Polícia Federal e pela Justiça americana como o principal traficante de drogas do Brasil para os Estados Unidos e Europa. Nascido em Minas Gerais e criado em Goiás, é dono de fazendas, de rede de lojas e postos de gasolina no Pará, de milhares de cabeças de gado, terras, aviões, barcos, carros, motos e casas. Sua fortuna é estimada pela polícia brasileira em R$ 500 milhões. De humilde office-boy, em Goiânia, que entregava correspondência de moto, Mendonça virou o homem forte das drogas no País. Começou a negociar com cocaína em Itaituba e Marabá, no Pará. Ele é apaixonado por vaquejada; gosta de pilotar seus aviões e diz para todos que sempre escapou dos processos na Justiça por causa de suas amizades. Acusado de tráfico internacional pelos Estados Unidos, faz a ligação do tráfico brasileiro com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) de quem compra cocaína de "excelente qualidade" para distribuir no Brasil, Europa e Estados Unidos. Mendonça vem sendo investigado pela polícia brasileira há anos. "Perto dele, Fernandinho Beira-Mar é bagrinho", resume o delegado federal Mauro Spósito, que participa das apurações sobre os negócios de Mendonça desde 1995. Spósito afirmou que o forte de Beira-Mar é abastecer favelas do Rio e de outras cidades. "Mendonça lida só com o mercado internacional." Um relatório de um dos setores de inteligência americanos, especializado no combate ao tráfico, revela que Beira-Mar é subordinado a Mendonça e este se uniu com o cartel das drogas de Suriname, país por onde passa a cocaína que segue para os Estados Unidos e Europa. O poder de influência de Mendonça cruza fronteiras. Ele é apontado como amigo do ex-presidente surinamês Delano Bouterse, deposto do cargo por corrupção. Receberia armas contrabandeadas da ex-colônia holandesa para fornecer para os guerrilheiros em troca de toneladas e toneladas de cocaína que manda para Estados Unidos, via México, e Europa, a partir da Holanda, Portugal, e França. Desde 1999, quando a PF intensificou o cerco a Mendonça e seus sócios, aviões registrados em seu nome foram apreendidos com cocaína. Ele responde a processos por tráfico em Goiás, Pará, Maranhão e Mato Grosso. Em novembro de 1999, foi preso em Goiânia, passou um ano e dez meses na cadeia e saiu por decisão da Justiça Federal. Foi citado no relatório da CPI do Narcotráfico como o principal traficante do País e negou o envolvimento com as drogas.

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