A regulamentação da greve do funcionalismo público por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) foi considerada como um passo importante no País pelo especialista em legislação trabalhista, o sociólogo e professor José Pastore. Pastore defendia há anos a medida. Ele é um dos que considera a greve do funcionalismo público uma espécie de férias remuneradas, pelo fato de os trabalhadores não deixarem de receber os salários. "O dinheiro público é que sempre bancou a greve do funcionalismo público", lembrou o professor Segundo ele, "agora o funcionalismo vai ter que arcar com as conseqüências de uma greve, que leva risco, e parece que ninguém por aqui gosta de correr riscos. Terá que ter o comportamento semelhante dos funcionários do setor privado. Esta desculpa de que não podem negociar porque o orçamento é fixo, não se pode esquecer que há pontos que podem ser negociados sim, sem maiores problemas". A atitude do STF, para Pastore, foi de substituição do Poder Legislativo que poderia ter regulamentado há tempos a greve no funcionalismo público. "O STF chamou para si a decisão sobre a greve do funcionalismo e sua ocorrência. Isso foi muito importante, pois vai acabar com a festa com o dinheiro público. Além disto, vamos proteger o usuário dos serviços públicos, que nos momentos de greve são solenemente esquecidos, como pessoas idosas em portas de instituições públicas, em longas filas, sem atendimento algum. Isto é um absurdo", disse Pastore. Com um atendimento obrigatório com 30% dos funcionários públicos trabalhando em setores que estejam em greve, observou Pastore, deverá ocorrer um atendimento ao usuário, que "merece muito respeito".