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Passos nega que tapa-buraco desperdiçou dinheiro

Ministro disse que "investimento (do programa) foi feito em trechos" de risco

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio de Oliveira Passos, rebateu nesta quinta-feira, 23, a afirmação do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes de que o governo teria jogado dinheiro "na sarjeta" ao realizar a operação tapa-buracos em rodovias federais. "Não entendo que tenha havido desperdícios. O investimento foi feito em trechos que ofereciam risco aos usuários", disse Oliveira Passos, em entrevista coletiva, no Palácio do Planalto, depois de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros dos Transportes, Paulo Sérgio de Oliveira Passos, e de Minas e Energia, Silas Rondeau, sobre os problemas na infra-estrutura dos transportes. Ele disse que os serviços da Operação Tapa-Buraco foram contratados a valores 20% inferiores à tabela do Departamento Nacional de Infra-Estrutura dos Transportes (DNIT) e que essas obras foram fiscalizados por engenheiros desse órgão, pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Exército. Nardes disse ter sido informado por técnicos do TCU de que muitas das estradas já voltaram a ter problemas e afirmou que "o trabalho feito nelas foi, de fato, superficial". Oliveira Passos relatou que, quando o governo decidiu fazer a Operação Tapa-Buraco, foram identificados os trechos das rodovias federais que estavam em pior situação e comprometiam a segurança das pessoas e as condições de tráfego. "Fomos ao TCU e dissemos que essa iniciativa era de caráter emergencial e seria sucedida de outras obras de recuperação das rodovias", disse o ministro. "Temos hoje um grande número de licitações voltadas para a recuperação de rodovias. Acho que temos que levar em conta que o que foi feito foi para garantir a segurança, a trafegabilidade e preservar a vida dos usuários", concluiu. Reunião O ministro dos Transportes acrescentou que não teve caráter decisório a reunião com o presidente Lula e ministros para discutir infra-estrutura e transportes. "O presidente está ouvindo avaliações e colhendo informações sobre o setor. Ele está convencido de que, a partir da avaliação de que o Brasil precisa crescer a taxas mais elevadas do que nas décadas anteriores, o País precisa investir mais em infra-estrutura", disse Passos. O ministro afirmou que o governo ainda não definiu qual o caminho que vai utilizar para ampliar os investimentos em infra-estrutura. "Ainda é prematuro para falar", afirmou. Oliveira Passos citou a BR-163 (região amazônica) como uma das obras que devem receber recursos do governo. "Discutiu-se se a melhor forma para pavimentar essa rodovia era a concessão. Mas estamos convencidos de que essa obra tem que ser executada como obra pública", disse, lembrando que ela terá cerca de R$ 100 milhões vinculadas ao PPI. Ele disse também que há projetos novos em estudo na área rodoviária, tanto para duplicação quanto para pavimentação. Citou a BR-365, em Minas Gerais, a BR-222, no Ceará, e a BR-317, no Amazonas.

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