Passagem de caças quebra vidros do STF

Dois caças que participavam da cerimônia da troca da bandeira causaram uma ‘onda de choque’ que danificou a fachada do Supremo e de outros órgãos públicos

PUBLICIDADE

Por Lu Aiko Otta , Vannildo Mendes e da Agência Estado
Atualização:

Texto atualizado às 17h23

 

BRASÍLIA - A fachada do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), inteiramente de vidro, foi destruída na manhã deste domingo, 1, quando dois caças Mirage 2000 fizeram um sobrevoo rasante sobre a Praça dos Três Poderes. Não houve feridos. A manobra era parte da cerimônia de troca da Bandeira Nacional, que ocorre periodicamente e desta vez foi realizada pela Aeronáutica.

 

PUBLICIDADE

A onda de choque provocada pela passagem das aeronaves arrebentou os vidros da fachada, de parte das laterais e dos fundos do prédio. Alarmes de carros dispararam e algumas crianças começaram a chorar, assustadas com o forte barulho. Também houve rachaduras em vidros do Congresso Nacional. O Palácio do Planalto escapou ileso.

 

As famílias que aproveitaram a manhã ensolarada para assistir à cerimônia e aguardavam a apresentação da Esquadrilha da Fumaça encontravam-se a uma distância segura do prédio do STF. Também não houve consequências mais sérias porque coincidentemente neste domingo não estava em funcionamento o serviço de visitas guiadas ao prédio. A entrada dos visitantes é pela Praça dos Três Poderes, justamente a área mais danificada. Minutos após o incidente, uma viatura do Corpo de Bombeiros isolou o local.

 

"O Comando da Aeronáutica já iniciou a apuração das circunstâncias do fato e irá ressarcir os prejuízos decorrentes", informou a Aeronáutica em nota.

 

O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Juniti Saito telefonou para o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, para informar-lhe do ocorrido. O Supremo classifica o episódio como um acidente.

 

O gabinete da presidência do Tribunal, no terceiro andar do prédio, teve as janelas todas quebradas e deverá ser interditado, segundo informou o diretor-geral, Amarildo Vieira de Oliveira. Isso não deverá trazer transtornos, pois a corte está em recesso.

Publicidade

As equipes técnicas estimam em duas semanas o período necessário para concluir os reparos. Neste domingo, brigadistas foram chamados para retirar os pedaços de vidro que ficaram presos às janelas e que poderiam cair com o vento.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.