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Partidos vão discutir reação a escutas clandestinas

Por Christiane Samarco , Luciana Nunes Leal e Marcelo de Moraes
Atualização:

Líderes e presidentes de partidos da base governista e da oposição reúnem-se hoje no Senado para discutir uma reação conjunta aos abusos cometidos pelo delegado Protógenes Queiroz, na Operação Satiagraha da Polícia Federal. A ideia é exigir explicações do governo e cobrar rápida punição do delegado, no embalo da reportagem da última edição da revista Veja, sobre o conteúdo de computadores e pen drives do delegado, apreendidos durante a operação pela própria PF. O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), vai sugerir aos colegas que se reúnam rapidamente com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, para discutir o problema. Agripino avalia que é preciso vigiar as instituições que estão atuando policialescamente e diz que isto só ocorrerá se houver ação da oposição. "Ou se coloca um paradeiro nisto, ou o Brasil será transformado em um Estado sem lei", protesta o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Além dos tucanos, DEM, PDT e PSB também querem esclarecimentos sobre a o material apreendido. O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), convocou o presidente da CPI dos Grampos, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), e o relator, Nelson Pellegrino (PT-BA), para uma reunião na tarde de hoje em que será discutida a prorrogação dos trabalhos da comissão. Itagiba pede a extensão dos trabalhos por mais 60 dias, para os deputados analisarem documentos do inquérito da PF que apura abusos de Protógenes. Temer em princípio concorda com a necessidade de ampliar as investigações sobre a atuação do delegado Protógenes na Operação Satiagraha. O presidente tende a aprovar a prorrogação dos trabalhos da CPI, que deveria terminar esta semana, depois da votação do relatório de Pellegrino. O deputado Marcelo Itagiba concluiu um voto em separado ao parecer do relator em que afirma que Protógenes mentiu à CPI. Em nota, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, cobrou providências do governo contra as supostas investigações ilegais feitas pelo delegado.

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