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Partidos não vão liberar 'os melhores', diz tucano

Tasso considera 'erro grave' proposta de Marina de governar com 'bons políticos' de todas as legendas e reconhece que é difícil PSDB reverter quadro

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Por Daiene Cardoso e BRASÍLIA
Atualização:

Líder nas pesquisas de intenções de voto para uma vaga no Senado pelo Ceará, o tucano Tasso Jereissati admite que o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, dificilmente reverterá o quadro e conseguirá chegar ao 2.º turno da disputa. Mas, em sua avaliação, caso Marina Silva (PSB) saia vitoriosa da disputa presidencial, PSDB e PMDB não permitirão que seus "melhores quadros" integrem o futuro governo."Esse é um erro grave que a Marina está fazendo. Ela não vai conseguir sair pinçando e destruindo os partidos. Porque se faz isso, acaba com a estrutura partidária", afirmou, fazendo referência a seu próprio partido e ao PMDB como siglas que poderiam apoiar projetos, no Legislativo, mas não integrar diretamente o governo do PSB. "A lógica que ela quer pode ser aplicada em cima de um projeto. Mas, fazendo uma misturada geral, tirando de um ou de outro, ela vai destruir o Parlamento. Isso é perigosíssimo e nós sabemos no que dá."Em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Tasso afirmou que a dificuldade de Aécio em firmar sua candidatura se deve ao "terremoto" no cenário eleitoral causado pela morte de Eduardo Campos (PSB), mas reconheceu que seu partido não consegue convencer o eleitorado de que pode promover as mudanças de que o País precisa. Ressalta, porém, que a eleição ainda está indefinida e que "tudo pode acontecer".O tucano conversou com a reportagem após duas horas de carreata em Caucaia, região metropolitana de Fortaleza. Tasso participou ao lado de Eunício Oliveira (PMDB), candidato ao governo do Ceará. Considerado uma das principais lideranças do PSDB no País, Tasso afirma que a ascensão de Marina foi motivada não só pela comoção da perda de Campos, mas por ter conseguido se livrar da "culpa original" de ser política. Revolta. O candidato ao Senado avalia que a ex-petista experimenta hoje a prática adotada pelo PT de "demonizar" seus adversários com chances reais de vitória e diz que ficou "revoltado" com a discussão sobre a autonomia do Banco Central. "Eu fico revoltado quando dizem que ela vai ser dominada pelos bancos. Qualquer pessoa de bom senso sabe que ela não vai ser dominada pelos bancos", declarou. "Eles (PT) têm sucesso quando fazem esse tipo de coisa e criam um ambiente de demonização em função do enorme espaço que têm de televisão. É uma pancadaria violenta. O que Aécio está dizendo é o que preocupa todo mundo: a Marina não tem estrutura para governar. Não é fácil governar o Brasil sem estrutura política e sem quadros. O que o Aécio está dizendo é uma verdade, ele não está demonizando, criando um pavor, jogando fantasias perversas na cabeça da população mais pobre, como a Dilma está fazendo", afirmou. O tucano acredita que o eleitorado ainda não tomou consciência da gravidade das denúncias contra a Petrobrás e disse que se trata de um crime de lesa-pátria, passível de impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Quando a população perceber isso, vai ser um choque grande."

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