
07 de novembro de 2012 | 15h45
Reeleito presidente do Senado, Renan Calheiros renunciou ao cargo em dezembro de 2007, em meio a intenso bombardeio de denúncias de improbidade administrativa. Os aliados do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva rejeitaram no plenário o pedido de cassação de seu mandato.
Acertado há duas semanas, o jantar de Jarbas terminou coincidindo com o que foi oferecido pela presidente Dilma Rousseff a seus aliados do PMDB e PT. Dos 13 senadores convidados, deixaram de comparecer Roberto Requião (PMDB-PR) que viajou e Ana Amélia (PP-RS) que estava indisposta por causa de uma gripe. Jarbas disse que houve consenso entre os convidados quanto à necessidade de debater desde já o nome que sucederá José Sarney no comando do Senado.
O novo presidente assumirá o cargo em 2 de fevereiro. Renan entende que o processo da sucessão só deve começar em 2013, sob pena de cometerem "um ato de deselegância para com o presidente Sarney". "Não podemos abrir espaço para ansiedade, a ansiedade se cura com remédio e terapia", justificou. Diz ainda que, como líder, tem de manter a unidade do partido.
Ele costuma negar a aspiração de reassumir a presidência do Senado, dizendo optar pela candidatura ao governo de Alagoas. É certo que Sarney, seu maior cabo eleitoral, nem pensa em avalizar outro nome para sucedê-lo. Da parte dos servidores do Senado há a convicção de que, assumindo Renan, Sarney manterá o controle da administração da Casa.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse que saiu do jantar convencido de que há espaço para ser lançada uma candidatura alternativa ao comando do Senado, se Renan for o único candidato. "A trajetória do senador Renan e a minha são incompatíveis, não existe a possibilidade de eu destinar meu voto para ele", afirmou.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) dá como certo que o sucessor de Sarney será do PMDB. "Se o partido apresentar um candidato que atenda às expectativas da oposição e dos senadores independentes, não haverá obstrução, mas se insistir no nome errado, teremos de buscar uma alternativa", avisou.
O peemdebista Ricardo Ferraço (ES) evita comentar o desconforto provocado pelo nome do colega, mas insiste na necessidade de ser escolhido um presidente que tenha um "projeto novo" para o Senado. Ferraço argumenta que o nome não significa nada, mas sim o programa que assegure o melhor funcionamento do Senado, hoje limitado a ter uma "participação acessória nas decisões do País".
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