Parlamentares em volta de Battisti, que está preso na penitenciária de Papuda Fotos: Divulgação
SÃO PAULO - Um grupo de parlamentares membros das comissões de Direitos Humanos do Senado e da Câmara visitou o ex-ativista italiano Cesare Battisti, na penitenciária de Papuda, nesta terça-feira, 17. Com o ato, os congressistas quiseram deixar claro seu apoio a permanência de Battisti como refugiado no Brasil - na quarta-feira, 18, o Supremo Tribunal Federal conclui o julgamento do processo de extradição do italiano. Falta apenas o voto do ministro Gilmar Mendes, porém a decisão final ainda não será tomada na quarta. Isso porque alguns ministros já manifestaram que por se tratar de uma questão política, caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da SIlva decidir pela extradição ou não de Battisti.
Em forma de protesto, Battisti faz desde sexta-feira, 13, uma greve de fome. Nesta terça-feira, 17, resolveu interromper o acompanhamento médico que vinha tendo. Além disso, o ex-ativista italiano também parou de tomar soro fisiológico.
Decisão final sobre extradição pode acabar ficando para presidente Lula
O ministro do STF, Marco Aurélio Mello, que votou pela extradição de Battisti, já afirmou que após o anúncio da posição de Gilmar Mendes sobre o tema, cada um dos membros do Supremo deverá se manifestar se é a favor ou contra da decisão final ser tomada pelo presidente Lula.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) é um dos mais ferrenhos defensores da não extradição
Na segunda-feira, após encontro entre Lula e o premiê italiano, Silvio Berlusconi, o presidente disse que cumprirá o julgamento do Supremo caso os ministros entendam que ele não tem poder para manter Battisti no Brasil. "Se a decisão for determinativa, não se discute: cumpre-se", afirmou. O presidente, no entanto, não se manifestou expressamente sobre a possibilidade de não entregar Battisti caso o tribunal lhe confira esse poder discricionário. Mas de acordo com ministros do governo, Lula estaria disposto a manter o italiano no Brasil. A decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, de reconhecer o status de refugiado de Battisti teria se tornado uma posição de governo.