Parlamentares do PT temem os efeitos da crise mundial

Por AE
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Preocupados com os efeitos políticos da crise econômica internacional, parlamentares do PT já trocam idéias com os principais integrantes do governo federal para enfrentar o problema e impedir o crescimento do discurso de oposição dentro do Congresso. A maior preocupação dentro do partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é evitar que haja queda acentuada no nível de emprego nos próximos meses, o que poderia resultar em um custo político com reflexos eleitorais em 2010. Há o receio de que uma redução brusca nos postos de trabalho possa se transformar numa grande bandeira política da oposição, especialmente num momento em que o governo vem batendo recordes na geração de empregos. Na troca de informações com integrantes da equipe econômica, os parlamentares reconhecem que a boa condução da economia nacional evitou que o País enfrentasse já no fim deste ano efeitos pesados da crise. Mas admitem que é preciso mensurar com cuidado o tempo que esse problema vai durar. Os cenários não são positivos, já que o mais otimista prevê dificuldades durante todo o próximo ano, com expectativa de recuperação apenas em 2010. Para os petistas, entretanto, é preciso que se trace uma estratégia partidária para impedir que a crise prejudique até a aprovação dos projetos de interesse do governo dentro do Congresso. "Em primeiro lugar, precisamos fazer um diagnóstico mais preciso sobre a real dimensão dessa crise e tentar avaliar o seu alcance", disse o deputado João Paulo Cunha (PT-SP). Esse clima de turbulência política já foi visto nas tentativas de votação da proposta de reforma tributária na Câmara. A oposição, que diz não concordar com o projeto por entender que ele provocará perdas para Estados como São Paulo e poderá representar aumento de carga tributária, entrou em obstrução contra a proposta. E o governo já não teve forças para superar o obstáculo. Com vários governadores mobilizando as bancadas estaduais contra a reforma, líderes aliados já se conformaram com o adiamento da discussão para 2009. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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