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Parlamentares criticam intenção de Bolsonaro de mudar embaixada brasileira em Israel

Neste domingo, premiê israelense disse que presidente eleito confirmou instalação de embaixada em Jerusalém

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Por Daniel Weterman
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A intenção do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de mudar a embaixada do Brasil em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém gerou críticas entre parlamentares de partidos ligados ao novo governo. Pelas redes sociais, políticos disseram que a medida pode trazer efeitos econômicos negativos para o País e fazer com que o Brasil se torne alvo de terrorismo. A mudança, por outro lado, foi apoiada por defensores de Bolsonaro, como o senador Magno Malta (PR-ES). 

O presidente eleito Jair Bolsonaro recebe a visita do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Copacabana. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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Neste domingo, 30, no Rio, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou que ouviu de Bolsonaro que a mudança da embaixada é uma questão de tempo. Logo em seguida, o deputado Felipe Maia (DEM-RN) reagiu à polêmica. "O Brasil está mexendo com uma bomba armada, além do que, o Brasil é signatário de um acordo na ONU que estabelece que a capital de Israel é Tel Aviv. Estamos chovendo no molhado", escreveu o deputado em sua conta no Twitter, em resposta ao senador Ciro Nogueira (PP-PI).

"Considero grave erro da diplomacia brasileira a opção por lado na disputa árabe-israelense. Temos histórico de boas relações multilaterais e dar prioridade a um país em detrimento de outros pode trazer prejuízos econômicos, além de risco de o Brasil virar foco do terrorismo", declarou Nogueira na mesma rede social, no sábado (29). 

A proposta de Bolsonaro também foi criticada pela deputada estadual eleita Janaina Paschoal (PSL-SP), integrante do partido do presidente eleito e a mais votada em São Paulo. "Já tive oportunidade de dizer que transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém é juridicamente justificável, na medida em que Israel é um Estado soberano. Porém, por razões diversas, fico feliz que o presidente eleito esteja repensando a ideia. Respeitosamente", disse Janaina, em referência a uma declaração feira pelo presidente eleito no início do mês, quando afirmou que sua equipe estava conversando sobre como tomar uma decisão da melhor maneira. 

Em contrapartida às ponderações, o senador Magno Malta divulgou uma série de publicações apoiando a intenção de Bolsonaro. Evangélico, Malta declarou que reconhecer Jerusalém como capital de Israel faz "justiça" ao país e é o cumprimento de uma profecia. Em um dos vídeos publicados pelo parlamentar, Malta aparece ao lado de Bolsonaro em junho deste ano afirmando que a mudança seria efetivada por Bolsonaro se ele fosse eleito. Na sexta-feira, 28, nos pronunciamentos públicos após encontro com Netanyahu, Bolsonaro não tocou no tema da embaixada.

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